22/11/2021 - 09:00 - 18:00 PE41 - Epidemiologia social e determinantes sociais em saúde (TODOS OS DIAS) |
36481 - PANDEMIA COVID–19 TEM RAÇA, CLASSE E GÊNERO: INTERSECCIONALIDADE NA EPIDEMIOLOGIA SOCIAL MARIANA POMPÍLIO GOMES CABRAL - UFC, FRANCISCO ANDERSON CARVALHO DE LIMA - UFC, RAQUEL CERDEIRA DE LIMA - UFC, MARIA LÚCIA MAGALHÃES BOSI - UFC
Este escrito objetiva problematizar o campo epidemiológico com as insurgências das vulnerabilidades dos marcadores de raça, classe e gênero, mediante conexões analíticas entre a Teoria da Interseccionalidade, Epidemiologia Social e Políticas de Saúde, no contexto brasileiro pandêmico da Covid-19. Trata-se de uma pesquisa exploratória e reflexiva, mediante análise de publicações selecionadas na plataforma PubCovid-19, indexadas nas bases Pubmed e EMBASE, com os descritores “COVID-19”, “Epidemiologia”, “Raça”, Classe” e “Gênero”. Os resultados reforçam que o risco, as formas de contágio e as possibilidades prognósticas da COVID-19 são socialmente desiguais, pois a população preta, pobre e periférica apresenta maior vulnerabilidade e maior morbimortalidade ante os determinantes sociais. Nesse escopo, se desenvolve um esforço reflexivo , à luz da epidemiologia social, explicitando o processo saúde-doença sob a ótica das iniquidades e seus impactos. O desdobramento pandêmico numa sociedade estruturada pela pobreza, racismo e sexismo, gera uma situação de saúde precária em grupos vulnerabilizados, evidenciando sua estreita articulação com aspectos socioeconômicos. A Interseccionalidade, num enfoque analítico, desvela a transversalidade desses marcadores sociais como elementos constitutivos de uma sociedade, capturando consequências estruturais e dinâmicas das intersecções complexas entre dois ou mais eixos de subordinação que se entrecruzam e se potencializam, o que é demonstrado na análise da situação de saúde ao se cruzarem as variáveis de raça/cor, gênero e renda. Conclui-se ratificando a necessidade de uma mudança paradigmática na implementação das ações para controle da pandemia a partir do reconhecimento de políticas de saúde aliadas a políticas de proteção social e de desenvolvimento econômico.
|