22/11/2021 - 09:00 - 18:00 PE46 - Saúde ambiental e desastres (TODOS OS DIAS) |
36233 - CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA AMBIENTAL NA REGIÃO NORDESTE - BRASIL PAULA NEVES DE ALMEIDA - UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO, MARIA LUIZA DE MELO SANTANA - FPS- FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE, HENRIQUE LAGES CONSTANT MELO - UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO, GABRIEL SABINO COSTA - UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO, MARIANA DA SOLEDADE URQUIZA LINS - UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO, TACIANA SILVA FERREIRA DE MORAES - UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO, LUÍSA VANESSA DOS REIS SILVA - FPS- FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE, MATHEUS ALEXANDRE SOBRAL BATISTA - FPS- FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE, RAFAELY MARCIA SANTOS DA COSTA - AGGEU MAGALHÃES -FIOCRUZ, ALEXANDRE BARBOSA BELTRÃO - UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO
Objetivo: O estudo objetiva descrever a epidemiologia dos casos de intoxicações exógenas ambientais ocorridos na Região Nordeste do Brasil, entre os anos de 2010 e 2020.
Método: Realizou-se um estudo descritivo de série temporal, abrangendo os casos notificados de intoxicação exógena no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de 01/01/2010 a 31/12/2020, com circunstância da exposição/contaminação ambiental. Foram utilizadas estatísticas descritivas, sobre as quais foram analisadas localização, agentes tóxicos, sexo, raça/etnia, tipo de agente e evolução dos casos.
Resultado: Foram notificados 3.324 casos de intoxicação exógena por circunstância ambiental no Nordeste, sendo a segunda região mais prevalente, representando 28,54% dos casos brasileiros. Observou-se uma predominância ligeiramente masculina (51,86%), maioria em idade economicamente ativa, dos 20 aos 59 anos (62,81%), diferindo da epidemiologia nacional, em que 61,16% das pessoas eram negras. O principal agente tóxico foram os agrotóxicos agrícolas, responsáveis por 15,91% dos casos, seguido de outros agentes não identificados e produtos químicos. Majoritariamente (83,4%) houve evolução para cura, sem sequelas.
Conclusão: Os efeitos estocásticos dos agrotóxicos no organismo, somados à heterogeneidade dos sintomas, dificultam o diagnóstico e prejudicam a mensuração de danos e sua correlação com determinados agentes químicos. Observa-se uma maior incidência na população negra na Região Nordeste, evidenciando a situação de desigualdade socioeconômica e perpetuação das condições de trabalho precárias. Assim, é preciso cautela para avaliar os dados, devendo considerar as subnotificações, equívocos diagnósticos, como também pelas incompletudes das fichas.
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