23/11/2021 - 09:00 - 10:10 COC 06 - SITUAÇÃO DE SAÚDE DA POPULAÇÃO INDÍGENA |
35765 - ANEMIA NO PRIMEIRO ANO PÓS-PARTO DE MULHERES INDÍGENAS TERENA RESIDENTES EM ÁREA URBANA DEISE BRESAN - UFMS, MAURÍCIO SOARES LEITE - UFSC, LÍVIA CRISTINA MOREIRA - UFMS, ELENIR ROSE JARDIM CURY - UFMS
Objetivo: Descrever a prevalência de anemia entre mulheres Terena no 6º e 12º mês pós-parto e verificar a associação com variáveis socioeconômicas, dos domicílios e de saúde materna.
Métodos: Participaram do estudo longitudinal, com acompanhamento da gestação ao 12º mês pós-parto, mulheres Terena com filhos nascidos vivos entre 01/06/2017 a 31/07/2018, residentes em quatro aldeias localizadas na área urbana de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Foram realizadas quatro visitas domiciliares (gestação, 1º, 6º e 12º mês pós-parto) e aplicados formulários às mulheres, além da realização da dosagem sanguínea de hemoglobina no 6º e 12º mês pós-parto. Considerou-se como desfecho a anemia (hemoglobina <12g/dL) e as análises foram realizadas no Stata 16.0, através de Regressão de Poisson.
Resultados: Participaram do estudo 41 mulheres. As prevalências de anemia no 6º e 12º mês pós-parto foram 48,7% e 35,0%, respectivamente. No 6º mês pós-parto, a prevalência de anemia foi maior entre as mulheres que apresentaram ganho ponderal insuficiente na gestação quando comparadas às que tiveram ganho excessivo (77,8% versus 23,5%; p=0,013). No 12º mês pós-parto, a prevalência de anemia foi maior entre aquelas que residiam em domicílios com sete ou mais moradores quando comparadas aquelas que residiam com menos de sete pessoas (57,1% versus 23,1%; p=0,035).
Conclusões: Embora menor no 12º mês pós-parto, a prevalência de anemia permaneceu elevada, semelhante àquela registrada em nível nacional para mulheres indígenas e maior do que entre não indígenas. Os dados alertam para as precárias condições de saúde vivenciadas pelas mulheres indígenas também no contexto urbano.
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