23/11/2021 - 14:00 - 15:10 COC 16 - DESIGUALDADES SOCIAIS E RISCO DE MORBIMORTALIDADE EM POPULAÇÕES ADULTAS DO BRASIL |
33133 - RISCO DE MORTE EM DEZ ANOS NO ELSA-BRASIL: A INTERSECÇÃO DE RAÇA/COR DA PELE E GÊNERO FERNANDA ESTHEFANE GARRIDES OLIVEIRA - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, SANDHI MARIA BARRETO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, LIDYANE DO VALLE CAMELO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, ROSANE HARTER GRIEP - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, JOANNA MIGUEZ NERY GUIMARÃES - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, ISABELA JUDITH MARTINS BENSEñOR - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, DÓRA CHOR - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, LUANA GIATTI GONÇALVES - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Objetivo: Investigar o papel da raça/cor da pele, gênero e intersecção dessas categorias sobre o risco de morte no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto, multicêntrico e multirracial. Métodos: 14.365 servidores de seis cidades brasileiras (95,1% da coorte original) foram acompanhados da linha de base (2008-2010) até julho/2018. As associações entre raça/cor da pele e gênero separadamente e entre a intersecção dessas categorias e o risco de morrer por todas as causas foram estimadas usando modelos proporcionais de Cox. Ajuste por idade (confundimento) e fatores socioeconômicos, comportamentais e de saúde (potenciais mediadores) na linha de base foram considerados. Resultados: No total, foram identificadas 441 mortes (incidência: 3,1% ou 44/10.000 pessoas-ano). Após ajuste por idade, foram observados maiores riscos de morte nos indivíduos pretos e pardos em comparação aos brancos (HR: 1,95; IC 95%: 1,53-2,49 e HR: 1,64; IC 95%: 1,32-2,03, respectivamente); e para homens em relação às mulheres (HR: 1,96; IC95%: 1,62-2,38). Na análise interseccional, mulheres pretas (HR: 1,65; IC 95%: 1,13-2,41), homens brancos (HR: 1,71; IC 95%: 1,28-2,28), homens pardos (HR: 3,04; IC 95%: 2,24-4,12) e homens pretos (HR: 3,74; IC 95%: 2,65-5,27) apresentaram maior risco de morte que mulheres brancas. Após ajuste por possíveis mediadores, as magnitudes das associações foram atenuadas, mas o risco de morte permaneceu estatisticamente maior para homens brancos, pardos e, especialmente, pretos. Conclusões: Desigualdades raciais e de gênero no risco de morte foram confirmadas e a extensão dessas desigualdades foi maior quando considerados subgrupos sociais estabelecidos na interseccionalidade de raça/cor da pele e gênero.
|