23/11/2021 - 14:00 - 15:10 COC 16 - DESIGUALDADES SOCIAIS E RISCO DE MORBIMORTALIDADE EM POPULAÇÕES ADULTAS DO BRASIL |
33803 - DESIGUALDADES SOCIAIS NA DEPRESSÃO PÓS-PARTO: COMPARAÇÃO DE DADOS DO NORTE E SUL DO BRASIL DANILO DIAS SANTANA - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, MARLY AUGUSTO CARDOSO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, INÁ S. SANTOS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, MAIRA BARRETO MALTA - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, BÁRBARA HATZLHOFFER LOURENÇO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, MARCIA C. CASTRO - HARVARD UNIVERSITY, ALUÍSIO J. D. BARROS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, MARIÂNGELA FREITAS DA SILVEIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, MARLOS DOMINGUES - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, JOSEPH MURRAY - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, FERNANDO C. BARROS - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS, ALICIA MATIJASEVICH - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Objetivos: Investigar desigualdades sociais na sintomatologia depressiva materna pós-parto em mulheres do norte e sul do Brasil.
Métodos: Dados de três coortes de nascimentos de duas cidades brasileiras (Cruzeiro do Sul/ AC e Pelotas/ RS) foram utilizados. A linha de base de cada coorte foi composta por 4.231 (Pelotas 2004), 4.275 (Pelotas 2015) e 1.246 (Mina-Brasil) recém-nascidos. Medidas repetidas de sintomatologia depressiva foram obtidas usando a Escala de Depressão Pós-natal de Edimburgo (EPDS ≥ 13) aos 3, 12 e 24 meses após o parto. As desigualdades de nível socioeconômico e de cor da pele auto declarada na sintomatologia depressiva foram calculadas por meio de índices absolutos e relativos.
Resultados: Entre 3 e 24 meses pós-parto, a sintomatologia depressiva materna aumentou entre as mulheres do sul (Pelotas 2004: de 11,5 para 16,0%, p=0.003; Pelotas 2015: de 11,1 para 15,9%, p<0,001) e diminuiu entre as mães da região norte (Mina-Brasil: de 14,1 para 9,5%, p=0,003). Mulheres pretas/ pardas e pertencentes aos estratos socioeconômicos mais pobres apresentaram maiores frequências de sintomatologia depressiva, com exceção da coorte MINA-Brasil, na qual as brancas tiveram maior frequência de sintomatologia depressiva aos 12 e 24 meses pós-parto. As desigualdades sociais absolutas e relativas permaneceram estáveis ao longo do período estudado. Mulheres com menor escolaridade, multíparas e aquelas que fumaram durante a gravidez tiveram mais chances de ter sintomatologia depressiva no pós-parto.
Conclusões: Marcadas desigualdades sociais na sintomatologia depressiva pós-parto foram encontradas. Ações voltadas para detecção precoce e redução das desigualdades sociais na depressão materna pós-parto são vitais.
|