23/11/2021 - 14:00 - 15:10
COC 16 - DESIGUALDADES SOCIAIS E RISCO DE MORBIMORTALIDADE EM POPULAÇÕES ADULTAS DO BRASIL |
36843 - RACISMO E CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL EM ADULTOS BRASILEIROS (PNS, 2019)
DEBORA MENDES DA SILVA - UFRGS, JAQUELINE MIOTTO GUARNIERI - UFRGS, LUCIANE MARIA PILOTTO - UFRGS, RENATA RIFFEL BITENCOURT - UFRGS
Objetivo: Analisar a condição de saúde bucal utilizando o recorte raça/cor de adultos brasileiros. Método: Trata-se de um estudo transversal com 89.472 indivíduos oriundos da Pesquisa Nacional de Saúde, de 2019. O desfecho foi a condição de saúde bucal (combinação do uso de prótese com perda dentária). Realizou-se análises de regressão logística multinomial com peso amostral. Resultados: Identificou-se que 32,9% dos indivíduos brancos tinham todos os dentes, já pretos 28,9% e pardos 29,4%. Na pior condição, quem não usa prótese e perdeu muitos dentes, os brancos tem o menor percentual 2,4%, pretos 3,9% e pardos 3,7%. Após ajuste do modelo pelas covariadas (idade, escolaridade, renda, plano, sexo, autoavaliação de aúde bucal), indivíduos de cor preta apresentaram OR=1.89 e de cor parda OR=1.77 de ter piores condições de saúde bucal comparados aos brancos. Conclusões: Estes resultados mostram que há iniquidades raciais no uso dos serviços odontológicos, sendo que os indivíduos pretos apresentaram piores condições de saúde bucal. A discriminação nos serviços de saúde por raça, pode estar relacionada ao menor acesso, bem como pode interferir na autoavaliação da saúde bucal. Grupos considerados minorias e sistematicamente discriminados geralmente têm piores condições de saúde, o que aumenta as evidências sobre iniquidades relacionadas ao acesso e cuidados de saúde. Diante de tais resultados, ressalta-se a importância de discutir os efeitos sociais do racismo estrutural e institucional que acentuam as diferenças no acesso aos serviços e na autopercepção de saúde bucal dos indivíduos.
|
