24/11/2021 - 09:00 - 10:10 COC 31 - VIGILÂNCIA DE DOENÇAS NEGLIGENCIADAS |
37201 - MORTALIDADE POR DOENÇAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS NO PIAUÍ, NORDESTE DO BRASIL, 2001-2018 SHEILA PALOMA DE SOUSA BRITO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, DEPARTAMENTO DE SAÚDE COMUNITÁRIA, FACULDADE DE MEDICINA, PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA, FORTALEZA (CE), BRASIL, ALBERTO NOVAES RAMOS JR. - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, DEPARTAMENTO DE SAÚDE COMUNITÁRIA, FACULDADE DE MEDICINA, PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA, FORTALEZA (CE), BRASIL
Objetivo: Dimensionar a mortalidade relacionada a Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN), sobreposições e ocorrência de coinfecção por HIV/aids no Piauí, Nordeste do Brasil. Método: Estudo ecológico de base populacional estadual, com análise de dados das declarações de óbitos por DTN (causa básica ou associada), identificadas por códigos da CID-10 das 21 DTN, lista oficial da Organização Mundial de Saúde e HIV/aids (CID-10: B20-B24) no período de 2001-2018 via Sistema Informações sobre Mortalidade. Resultados: Identificou-se 2.609 óbitos por DTN (taxa média bruta: 4,60/100.000 habitantes) no período, com predomínio entre pessoas do sexo masculino (62,9%), idosos (56,7%), raça/cor parda (61,8%), residência em municípios de pequeno porte I (50,4%) e na macrorregião dos Cerrados (38,7%). A doença de Chagas teve a maior proporção de óbitos (55,2%), seguida por leishmanioses (15,7%) e hanseníase (13,8%). Verificou-se maiores sobreposições para ≥2 DTN em 2017, hanseníase e leishmanioses, tracoma e doença de chagas, animais peçonhentos, associadas (0.4%) dos municípios. Havia 99 (3,8%) óbitos com coinfecção HIV/aids e DTN, principalmente leishmanioses (12,4%), criptococose (56,6%) e cisticercose/teníase (10,4%). Conclusão: Trata-se de estudo inédito que demonstra a elevada carga de mortalidade por DTN no Piauí. A ocorrência de DTN em grupos populacionais e territórios de maior vulnerabilidade, sobreposição territorial e coinfecção com HIV/aids trazem desafios para a rede de atenção e vigilância em saúde. Reforça-se a necessidade de ampliação de acesso a diagnóstico precoce e tratamento oportuno, com acompanhamento longitudinal e multiprofissional considerando o caráter de cronicidade destas DTN. Ressalta-se ainda a necessidade de ações para desenvolvimento humano e social no estado.
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