24/11/2021 - 14:00 - 15:10 COC 44 - PADRÕES E PRÁTICAS ALIMENTARES NO BRASIL |
37612 - CARNE BOVINA, ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS E O IMPACTO AMBIENTAL DA DIETA NO BRASIL GABRIELA LOPES DA CRUZ - USP, MARIA LAURA DA COSTA LOUZADA - USP, JACQUELINE TEREZA DA SILVA - USP, FERNANDA RAUBER - USP, JOSEFA MARIA FELLEGGER GARZILLO - USP, ANGELINA FRANKOWSKA - UNIVERSITY OF MANCHESTER, XIMENA SCHMIDT - BRUNEL UNIVERSITY LONDON, CARLOS AUGUSTO MONTEIRO - USP, CHRISTIAN REYNOLDS - CITY UNIVERSITY OF LONDON, SARAH BRIDLE - UNIVERSITY OF MANCHESTER, RENATA BERTAZZI LEVY - USP
Objetivo: Avaliar o impacto ambiental da dieta brasileira e a influência que o consumo de carne bovina e de alimentos ultraprocessados exerce naquele impacto. Métodos: Utilizou-se dados de aquisição domiciliar de alimentos da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018. Foram calculadas as pegadas de carbono e hídrica da aquisição total de alimentos e dos alimentos agrupados de acordo com a classificação NOVA. Modelos de regressão linear brutos e ajustados foram utilizados para avaliar associação entre a participação de carne bovina e de ultraprocessados no total de alimentos adquiridos e as pegadas ambientais. Foi feita simulação das pegadas em cenários de redução do consumo de carne bovina e de ultraprocessados, juntos e isoladamente, utilizando o quinto populacional de menor consumo como referência. Resultados: Carne bovina e ultraprocessados corresponderam, respectivamente, a 5,2% e 19,4% do total de calorias adquiridas pelos domicílios brasileiros, a 46,3% e 16,5% da pegada de carbono e a 34,5% e 20,0% da pegada hídrica do total da alimentação. Aumento significativo das pegadas foi observado tanto com o aumento da aquisição de carne bovina quanto de ultraprocessados (p de tendência linear <0,005, bruto e ajustado para renda, região e área). No cenário de baixo consumo de carne bovina e ultraprocessados, evidenciou-se redução de 21,5% na pegada de carbono e 20,3% na pegada hídrica. Conclusões: O consumo de carne bovina e de alimentos ultraprocessados foi diretamente associado com as pegadas ambientais. Uma factível redução no consumo desses grupos alimentares reduziria em aproximadamente um quinto o impacto ambiental da alimentação no Brasil.
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