24/11/2021 - 14:00 - 15:10 COC 45 - ACIDENTES DE TRABALHO E NEXO EPIDEMIOLÓGICO |
37446 - ANÁLISE DA TENDÊNCIA TEMPORAL DOS APVPS POR ACIDENTES DE TRABALHO SEGUNDO RAÇA/COR DA PELE FELIPE SOUZA DREGER NERY - UEFS/FADBA, IONARA MAGALHÃES DE SOUZA - UFRB, EDNA MARIA DE ARAÚJO - UEFS, MONA GIZELLE DREGER NERY - UEFS, NELSON FERNANDES DE OLIVEIRA - UEFS
Objetivo: analisar a tendência temporal das taxas padronizadas de Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP) por acidentes de trabalho, segundo a raça/cor da pele. Métodos: estudo de série temporal que analisou dados de óbitos do SIM referentes ao estado da Bahia para os anos de 2000 a 2017. Realizou-se o modelo de regressão de Prais-Winsten para avaliação temporal e foram calculadas as mudanças percentuais anuais das taxas. Resultados: No período, foram notificados 62.240 óbitos por acidentes, contudo, 25% apresentavam a circunstância do óbito – se acidente de trabalho ou não, conforme preconizado no preenchimento da declaração de óbito. Dos acidentes notificados, 1.847 representaram acidentes de trabalho, com destaque para os acidentes de transporte. Entre 2000 e 2017, a Bahia perdeu 56.255,5 anos potenciais de vida, dos quais 73,5% ocorreram em trabalhadores de raça/cor parda, com uma média de idade do óbito de 38,7 anos. Apesar dos trabalhadores pretos apresentarem menor perda de anos potenciais de vida, eles morreram mais precocemente (média de idade do óbito de 39,3 anos) em relação aos trabalhadores brancos (40,4 anos). Observou-se crescimento das taxas de APVP em todas as categorias de raça/cor com tendência de estacionamento, ao comparar diferentes segmentos do tempo. Os trabalhadores pardos morreram mais e tiveram maior APVP em quantidade e velocidade em comparação aos trabalhadores brancos. Conclusão: espera-se que esse estudo contribua para a discussão sobre os acidentes de trabalho segundo a raça/cor da pele avaliando, particularmente, as iniquidades sociais que determinam a precocidade da morte entre os trabalhadores pardos e pretos.
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