25/11/2021 - 09:00 - 10:10 COC 60 - EPIDEMIOLOGIA DA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA |
32829 - SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA DE MULHERES TRABALHADORAS DO SEXO EM 12 CIDADES BRASILEIRAS LETÍCIA PENNA BRAGA - ENSP/FIOCRUZ, GISELI NOGUEIRA DAMACENA - ICICT/FIOCRUZ, CÉLIA LANDMANN SZWARCWALD - ICICT/FIOCRUZ
Objetivos: descrever as diferenças no acesso à saúde sexual e reprodutiva de mulheres trabalhadoras do sexo (MTS) em 12 cidades brasileiras.
Métodos: estudo de vigilância biológica e comportamental, com amostra mínima de 350 MTS por cidade, recrutadas por Respondent-Driven Samplig (RDS), em 2016. Na análise de dados, foi considerado o desenho complexo de amostragem, considerando-se a dependência das observações e as diferentes probabilidades de seleção. Foram apresentadas estimativas de indicadores de situação de saúde e relacionados à saúde sexual e reprodutiva, separadamente por município e para o total da amostra.
Resultados: na amostra total (4328 MTS), 65,8% autoavaliou sua saúde como muito boa/boa, sendo o maior percentual em Porto Alegre e o menor em Salvador. A cobertura de pré-natal foi de 85,8% na amostra total, acima de 80,0% em todos as cidades, com exceção de Salvador (61,1%). Um total de 67,0% das MTS utiliza algum método contraceptivo, sendo mais utilizado o preservativo masculino. Ao todo, 22,5% das MTS nunca realizou o teste para HIV, sendo o maior percentual em Fortaleza (36,8%). O Sistema Único de Saúde (SUS) foi a fonte usual de cuidado para 90,2% das participantes e aproximadamente um quinto afirmou já ter sentido discriminação no serviço de saúde por ser trabalhadora do sexo.
Conclusões: a extrema vulnerabilidade social das MTS se expressou nos indicadores apresentados. Lacunas importantes no acesso à saúde sexual e reprodutiva, e à testagem frequente de HIV indicam a necessidade de expandir o acesso às políticas públicas de prevenção neste grupo de mulheres.
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