25/11/2021 - 14:00 - 15:10 COC 67- SAÚDE MENTAL |
37797 - SAÚDE MENTAL DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA LINHA DE FRENTE: RETRATO DA PANDEMIA NO BRASIL MIRIAN COHEN - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS), INSTITUTO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE (IATS), LUCIANE NASCIMENTO CRUZ - INSTITUTO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE (IATS), HOSPITAL MOINHOS DE VENTO (HMV), LIGIA KERR - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, RICARDO BERTOGLIO CARDOSO - INSTITUTO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE (IATS), UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS), MARIA AMELIA DE SOUSA MASCENA VERAS - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO, LUANA NEPOMUCENO COSTA LIMA - INSTITUTO EVANDRO CHAGAS, MARIA DE FATIMA PESSOA MILITAO DE - FIOCRUZ PERNAMBUCO, SUZI ALVES CAMEY - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS)
Objetivos: Avaliar a saúde mental e percepção de risco dos profissionais de saúde da linha de frente no atendimento à COVID-19.
Métodos: Estudo longitudinal iniciado em outubro/2020, incluindo médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem atuantes no combate à COVID-19 em 4 regiões metropolitanas brasileiras (Belém, Fortaleza, Porto Alegre, São Paulo). Os profissionais foram recrutados online através da metodologia Respondent-Driven Sampling (RDS). O protocolo consiste de questionários eletrônicos autoaplicáveis avaliando dados sociodemográficos, infecção por COVID-19, sintomas de transtornos mentais comuns (SRQ-20), uso problemático de álcool (AUDIT-C), depressão (PHQ-9), ansiedade (GAD-7) e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) (PCL-5).
Resultados: Na linha de base foram entrevistados 728 profissionais, sendo a maioria mulheres (73.1%) e enfermeiros (49.2%). Análise ainda não ajustada para metodologia RDS indicou que 35.3% destes profissionais apresentaram sintomas para transtornos mentais comuns, 9.1% para uso problemático de álcool, 14.4% para ansiedade, 12.6% para depressão e 9.2% para TEPT. Em torno de 39.6% dos profissionais apresentou COVID-19. Os enfermeiros foram a categoria profissional mais acometida por sintomas psiquiátricos, assim como os profissionais que trabalham em Porto Alegre. A maioria relatou aumento da carga de trabalho (81.2%) e isolamento da família (63.7%) em função da pandemia.
Conclusões: A compreensão do impacto da epidemia de COVID-19 na saúde mental dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente no Brasil é o passo inicial na construção de políticas de saúde baseadas em evidências para o enfrentamento de crises sanitárias. Os gestores, de posse destas informações, podem desenhar estratégias para auxílio imediato, conforme a necessidade destes profissionais.
|