25/11/2021 - 14:00 - 15:10 COC 71 - CONSUMO ALIMENTAR E QUALIDADE DA DIETA |
34317 - ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS E QUALIDADE DA DIETA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PORTUGUESES RENATA COSTA DE MIRANDA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO E UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, FERNANDA RAUBER - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, MILENA MORAES - UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL, CARLA LOPES - UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL, SARA RODRIGUES - UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL, RENATA BERTAZZI LEVY - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Objetivos: Avaliar o consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) e o perfil nutricional da dieta de crianças e adolescentes portugueses.
Métodos: Estudo transversal representativo envolvendo 222 pré-escolares (3-5 anos), 299 escolares (6-9 anos) e 632 adolescentes (10-17 anos), participantes do Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física 2015-2016. Foram coletados dois diários alimentares ou dois recordatórios 24 horas (≥10 anos) não consecutivos. Os alimentos foram classificados segundo a NOVA, conforme extensão e finalidade do processamento. Foram descritas a ingestão calórica total e a participação (%) de AUP na dieta. A ingestão média de nutrientes segundo quintos (Q) de participação dos AUP na dieta foi analisada por regressão linear ajustada para covariáveis socioeconômicas.
Resultados: A ingestão calórica total entre pré-escolares, escolares e adolescentes foi de 1460,4kcal, 1762,9kcal e 2035,8kcal, respectivamente. Os escolares apresentaram maior participação de AUP (38,4%; Q1=22% e Q5=55,6%), seguidos dos adolescentes (36,4%; Q1=17,5% e Q5=55%) e pré-escolares (35,4%; Q1=18,6% e Q5=54,2%). Não houve diferença no consumo de AUP entre sexos. À medida que o consumo de AUP aumentava, o conteúdo de açúcares livres da dieta aumentava em todas as faixas etárias, enquanto o conteúdo de proteína, fibra, sódio e potássio diminuía. Entre escolares e adolescentes, conforme o consumo de AUP aumentava, aumentava também o conteúdo de gorduras totais e saturadas da dieta.
Conclusões: Crianças e adolescentes portugueses apresentaram consumo considerável de AUP, que se associou inversamente à qualidade da dieta. Políticas públicas focadas na redução desse consumo, a fim de evitar o desenvolvimento precoce de doenças crônicas, são necessárias.
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