24/11/2021 - 17:00 - 18:10 COC 47 - DIMENSÕES DE VULNERABILIDADE EM SAÚDE BUCAL |
33218 - INIQUIDADES SOCIAIS E AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE BUCAL EM ADULTOS DE UMA COORTE DE NASCIMENTOS SARAH ARANGUREM KARAM - UFPEL, HELENA SILVEIRA SCHUCH - UFPEL, FLÁVIO FERNANDO DEMARCO - UFPEL, MARCOS BRITTO CORREA - UFPEL
Objetivo: Estimar, através de indicadores de desigualdades em saúde, as iniquidades socioeconômicas e raciais na autopercepção de saúde bucal. Métodos: Foi conduzido um estudo transversal com dados do acompanhamento de 31 anos da Coorte de Nascimentos de 1982 em Pelotas/RS. O desfecho é a autopercepção de saúde bucal aos 31 anos, e os estratificadores utilizados são sexo, cor da pele, escolaridade e renda familiar. Para as análises foram utilizados o índice absoluto de desigualdade (Slope Index of Inequality- SII) e o índice de concentração (Concentration Index- CIX). Resultados: A prevalência de percepção de saúde bucal negativa foi de 36,1%. A diferença absoluta na prevalência da percepção negativa entre os pertencentes ao quartil mais pobre e os do quartil mais rico foi de 30p.p (SII_renda -30,0 [IC95% -43,6; -16,4]). Em relação a escolaridade, essa diferença absoluta foi de 28 p.p (SII_escolaridade -27,7[IC95% -41,9; -13,4]) entre os indivíduos com menor grau de escolaridade e os com doze anos ou mais de estudo. Tanto a renda quanto a escolaridade dos indivíduos apresentaram CIX negativos (CIX_renda -14,6 [IC95% -21,2; -8,0] e CIX_escolaridade -14,1[IC95% -20,7; -7,5]), mostrando que a percepção negativa está concentrada nos indivíduos pertencentes ao menor quartil de renda e com menor escolaridade. Conclusões: Os achados deste estudo demonstram disparidades raciais na saúde bucal, independentemente de renda e escolaridade. Além disso, os resultados reforçam e quantificam a desigualdade racial e socioeconômica em relação a uma pior percepção de saúde bucal na sociedade brasileira.
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