36431 - MULHERES ENCARCERADAS NO BRASIL: ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS SOCIAIS E REPRODUTIVAS
PRISCILA FRANÇA DE ARAÚJO - UFC, ANA ZAIRA DA SILVA - UFC, ROSANE DA SILVA SANTANA - UFC, FRANCISCO MARTO LEAL PINHEIRO JÚNIOR - UFC, CARL KENDALL - UFC, LIGIA REGINA FRANCO SANSIGOLLO KERR - UFC
Objetivo: Analisar as características sociodemográficas e de saúde reprodutiva de mulheres encarceradas no Brasil. Método: Estudo transversal, realizado com 1.327 mulheres encarceradas em regime aberto ou semiaberto de 15 unidades prisionais brasileiras, no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2015. A coleta dos dados deu-se por meio de questionário auto aplicado Áudio Computer Assisted Self-Interview (ACASI). A análise foi feita com os softwares SPSS® versão 20.0 e Stata® versão 15. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará (UFC), protocolo nº 188.211. Resultados: A maioria das mulheres (33,3%) tinha idade entre 30-49 anos, média de 33,4 anos (95%IC: 32,8 – 33,9), predominaram as mulheres de cor parda (49,8%; 95% IC: 47,0-52,5), com ensino fundamental incompleto (34,7%; 95%IC: 32,0-37,5), que não estavam estudando no momento (71,2%; 95% IC: 68,8-73,5) e solteiras (43,5%; 95% IC: 40,7- 46,3). Quanto à saúde reprodutiva (90,1%; 95%IC: 88,9- 91,7) ainda menstruavam; a média da menarca foi de 12,7 anos (DP 1,81; Mínimo= 8 e Máxima= 19), (69,5%; 95%IC: 67,0-72,0) tiveram a sexarca antes dos 15 anos, manifestaram sintomas sugestivos de infecção sexualmente transmissível (51,8%; 95% IC: 48,9-54,6) e, 72,9%, (95%IC: 70,3-75,5) nunca fizeram mamografia. Conclusão: A saúde reprodutiva de mulheres presas é um desafio para a saúde pública, pois estas ainda sofrem com as desigualdades sociais, agravando-se quando são pobres, sem acesso a educação de qualidade, mães e solteiras. Frente a estas constatações. É necessária a implementação de políticas públicas voltadas às reais necessidades de saúde deste público.
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