26/11/2019 - 08:30 - 10:00 DT2 - VISA no SUS - Planejamento e Gestão - Intersetorialidade e o Trabalho da VISA |
31726 - GESTÃO DE DESASTRES E O PAPEL DA POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE NADIANNA ROSA MARQUES - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA - UFSM, SHEILA KOCOUREK - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA - UFSM, JAIRO DA LUZ OLIVEIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA - UFSM
Este trabalho é resultado da pesquisa que analisou a política de saúde/saúde mental frente ao desastre que aconteceu em 2013 que vitimou 242 jovens (Santa Maria/RS/Brasil) na boate Kiss. O objetivo foi investigar e analisar os desastres, suas causas, determinantes e estudar as experiências acumuladas ao longo da história, a fim de subsidiar políticas públicas, em especial a Política de Saúde/Saúde Mental. Foi um estudo de caso do tipo qualitativo com entrevista semi-estruturada, grupo focal, análise de documentos e revisão da literatura. As situações de desastre requerem capacidade das políticas públicas de ação/prontidão, resolutividade frente as emergências e atenção às necessidades da população. Desastres são episódios cada vez mais recorrente, geram necessidades à população acometida e profundas sequelas sociais que marcam a vida humana em seu cotidiano. Os resultados apontam que a gestão municipal/estadual de um desastre, continua a ser um desafio para a política de saúde/saúde mental. No caso do desastre da Boate Kiss, verificou-se a precarização, focalização e fragmentação dos serviços de saúde ofertados pelo município, com poucos trabalhadores, insuficiente qualificação dos mesmos e limitações nas ações integradas. Tratam-se de limitações da própria gestão municipal uma vez que a mesma não constitui uma equipe mínima (sem a presença dos voluntariados) nos primeiros três meses do desastre. Outras dificuldades foram acerca da ausência de interface com outras políticas públicas, prevenção e análise de risco, bem como a incorporação de estratégias de intervenção/ação nos Planos Municipais/Estaduais de Saúde. Refere-se, ainda, a implementação de programas de prevenção e formação de trabalhadores, adotando estratégias e protocolos para a rede de cuidados. Destaca-se a importância de ampliar as definições teóricas e conceitos adotados no campo teórico e operacional, haja vista que há divergências. Sugere-se também uma revisão da legislação brasileira com vista a ampliar diferentes classificações de desastres.
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