26/11/2019 - 08:30 - 10:00 DT6 - VISA e Arboviroses - VISA e Outras Zoonoses |
29541 - TRANSTORNO DE ACUMULAÇÃO DE ANIMAIS: AÇÕES DE VIGILÂNCIA E PREVENÇÃO DE ZOONOSES MARIAN CAETANO MORENO - UFRRJ, PRISCILA MELO NEVES - UFRRJ, RAFAELA CRISTINA COURA REIS - UFRRJ, IURY UZÊDA DA ROCHA - UFRRJ, TIAGO MARQUES DOS SANTOS - UFRRJ, ISABELE DA COSTA ÂNGELO - UFRRJ
O transtorno de acumulação de animais caracteriza-se pela inserção de animais em um recinto, muitas vezes o domicílio do acumulador, sem proporcionar padrões mínimos de espaço físico, nutrição, saneamento e assistência médica veterinária. Esse transtorno é uma situação complexa e o envolvimento de profissionais ligados à vigilância em saúde, com destaque para a vigilância sanitária (VISA), e também à saúde mental é fundamental para a solução do problema. Assim, afirma-se que o transtorno de acumulação de animais é um desafio para a VISA. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência vivida em situação de transtorno de acumulação de animais por uma funcionária que reside em um Próprio Nacional Residencial (PNR) pertencente à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e enfatizar o impacto desse transtorno na saúde pública. Um médico veterinário do programa de residência em vigilância e atenção básica à saúde e discentes de graduação em medicina veterinária realizaram visitas à PNR com intuito de identificar os animais, o estado de saúde, orientar quanto à manipulação dos animais, as condições de higiene, o controle populacional, além de ofertar atendimento psicológico. Verificou-se a presença de 58 animais, sendo 51 gatos e 7 cães, mantidos no interior da residência e área de quintal. Dentre os gatos, 15,7% (n=8/51) foram diagnosticados com esporotricose e não eram vacinados, 21,6% (n=11/51) tinham acesso à rua sem acompanhamento de tutor e 100% (n=51/51) não recebiam cuidados contra ectoparasitos. Os gatos com esporotricose foram isolados e tratados. Dos cães, 85,7% (n=6/7) não recebiam cuidados contra endoparasitos, 14,3% (n=1/7) apresentavam quadro clínico de cinomose e já agrediram outro animal e/ou pessoa. Todos os animais foram vacinados contra raiva e, aqueles não castrados, esterilizados. A tutora foi orientada quanto ao descarte correto dos resíduos utilizados no tratamento de esporotricose, como medicamentos e curativos. A mesma recusou assistência psicológica. Conclui-se que a acumulação de animais apresenta desafios recorrentes, sobretudo quando relacionada à manutenção de importantes zoonoses, como relatado nesta experiência. Assim, o médico veterinário, como agente de saúde, e profissionais da VISA possuem papel fundamental para a promoção da saúde humana e animal, conscientizando e orientando os acumuladores sobre as medidas sanitárias a serem tomadas para minimizar o risco de propagação de doenças, com destaque às zoonoses.
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