26/11/2019 - 08:30 - 10:00 DT6 - VISA e Arboviroses - VISA e Outras Zoonoses |
29717 - DENGUE E VARIÁVEIS SOCIOAMBIENTAIS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, UM PROBLEMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL JULIO CESAR BARRETO DA SILVA - UERJ, CARLOS JOSÉ SALDANHA MACHADO - FIOCRUZ
A dengue, a maior arbovirose mundial, apresentou um aumento, nos últimos anos, principalmente no Brasil, um país com vasto território e enormes problemas, dentre os quais, o rápido crescimento demográfico associado à intensa e desordenada urbanização e inadequada infraestrutura, principalmente quanto ao saneamento básico. Em particular, o Rio Grande do Norte-RN, pertencente à Região Nordeste - marcada por miséria e seca, é um dos Estados brasileiros mais afetados em população absoluta por Incidência de Dengue (Casos/100.000 habitantes). Neste trabalho, Dengue e informações sociais conjuntas (coletados do DATASUS-MS) foram investigadas junto às variáveis climáticas (do ICICT-FIOCRUZ), demográficas e de saneamento (ambos do SNIS), entre 2001 e 2017, para identificar os fatores mais correlacionados à doença, sobre os 167 municípios do RN. Para isto, utilizou-se a correlação de Pearson (MOORE, 2007). O RN notificou 309.740 casos de dengue no período de estudo, com picos em 2001 (12,1% dos casos), 2008 (9,18%), 2012 (8,54%) e 2016 (18,28%), este o de maior epidemia, sugerindo ter havido uma piora determinantes sociais envolvidos com a doença. Com exceção do primeiro pico, os demais ocorreram em uma frequência de 4 anos, corroborando para Silva, Karam e Machado (no prelo), que encontraram, por wavelets, uma frequência de 3,6 a 4 anos, junto às capitais do Nordeste brasileiro, entre 2001 e 2012. A doença ocorreu predominantemente em indivíduos residentes em área urbana (84,25%), pertencentes ao gênero feminino (57,16%), na faixa etária de 20 a 59 anos (69,59%), de etnia parda (22,51%) e com 4 a 7 anos de estudo concluídos (10,63%); tudo indo ao encontro de Silva e Machado (2018). Pearson se mostrou mais efetiva quando testada junto aos casos de dengue do que às suas incidências. A precipitação se mostrou mais correlacionada à dengue que a temperatura, respectivamente, 12,69% (p-valor < 0,0001) e 5,81% (p-valor = 0,0036). Dentre os 321 indicadores de saneamento testados, destacaram-se os de volume de água, dentre os quais, o de água tratada (81,31%), macromedido (79,08%), produzido (79,0%) e micromedido (78,8%); bem como, a quantidade total de empregados próprios das prefeituras envolvidos com o serviço de saneamento (77,88%) e a população urbana residente nos municípios com abastecimento de água (77,81%); todos com p-valor < 0,0001, corroborando para os achados de Silva e Machado (2018) e evidenciando a relevância do saneamento ambiental junto àquelas epidemias.
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