26/11/2019 - 08:30 - 10:00
DT8 - VISA de Produtos - Alimentos - Nutrição, Comunicação e Regulação |
29611 - AVALIAÇÃO DOS ESTUDOS DE MIGRAÇÃO DA NANOPARTICULA DE PRATA EM EMBALAGENS PARA ALIMENTOS
LUCIENE DE OLIVEIRA MORAIS - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF), ELIZABETH VALVERDE MACEDO - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF), JOSÉ MAURO GRANJEIRO - INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA (INMETRO), ISABELLA FERNANDES DELGADO - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ)
Os potenciais benefícios para os consumidores e produtores da aplicação de nanopartículas de prata (NPAg) em embalagens de alimentos são amplamente reconhecidos, tornando este um dos nanomateriais mais proeminentes em aplicações comerciais no momento. Este grande uso da NPAg tem proporcionado preocupações de segurança devido aos riscos de exposição a este nanomaterial, causado pela possibilidade de transferência da NPAg do polímero para o alimento. Com isso, nos últimos anos devido a lacuna no conhecimento científico sobre a capacidade de migração da NPAg, alguns estudos vem tentando identificar se existe ou não migração desta nanopartícula para o alimento, e havendo migração quais os cenários de exposição e os riscos para a população. O objetivo deste trabalho foi analisar os estudos de migração da NPAg em embalagens de alimentos, mostrando quais parâmetros devem ser seguidos para garantir confiabilidade nos resultados encontrados. Foi realizada uma Revisão sistemática (RS) da literatura nas bases de dados eletrônicas PubMed, SCOPUS, SciELO, LILACS/BVS e Embase e na literatura cinzenta, sem restrições de datas, até 21 de agosto de 2017 para identificar estudos publicados em português, inglês e espanhol que avaliaram migração da NPAg em embalagens de alimentos. As palavras-chave utilizadas na pesquisa foram: nanopartículas de prata, nanosilver, nanopartículas metálicas, nanopartículas de metais nobres, plásticos de contato com alimentos, embalagens de alimentos, recipientes para alimentos e migração. Dentre os 26 artigos que fizeram parte deste RS, apenas 2 não apresentaram evidências migratórias, porém, esses resultados são questionáveis, pois todos os estudos apresentam inconsistência dos dados, principalmente devido a alguns fatores, como: (i) deficiências no planejamento e implementação de técnicas analíticas de extração (tempo, temperatura, tipo de simulador/alimento); (ii) falta de validação dos métodos analíticos utilizados; (iii) pouco conhecimento dos autores sobre polímeros e (iv) falhas na caracterização da NPAg. A partir desta RS, não foi possível assegurar que as AgNP tendem a migrar para a matriz alimentar, a partir das embalages, devido as inconsistências metodológicas identificadas em todos os estudos avaliados. Portanto, recomenda-se, na perspectiva da Saúde Pública, a padronização desses estudos buscando diminuir as incertezas associadas ao uso da NPAg incorporadas em embalagens de alimentos, garantindo a segurança e saúde da população.
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