26/11/2019 - 08:30 - 10:00 DT10 - VISA de Produtos - Alimentos/Controle Sanitário - Análises Laboratoriais |
29686 - IDENTIFICAÇÃO DA PRESENÇA DO GENE DE RESISTÊNCIA À COLISTINA (MCR-1) EM CARCAÇAS DE FRANGO COLETADAS NA REDE VAREJISTA DO ESTADO DO PARANÁ EMANUELLE GEMIN - SESA-PR, ANDRÉ SCHENKEL DEDECEK - SESA-PR, INGRITH NEVES - AUTÔNOMA, JULIA PADILHA DA ROSA - UTP-PR, LAVÍNIA NERY VILA STANGLER AREND - SESA-PR, MARCELO PILONETTO - SESA-PR, MARGARETH LEONOR PENKAL - SESA-PR, SALÉSIA MARIA PRODOCIMO MOSCARDI - SESA-PR, VERA LUCIA DOS SANTOS - SESA-PR
Diversos organismos internacionais, como a OMS e a FAO, têm alertado a população constantemente sobre as consequências danosas à saúde causadas pelo uso indiscriminado de antimicrobianos, sendo que estratégias para mitigar os impactos negativos da resistência aos antimicrobianos devem ser adotadas sob o conceito de Saúde Única, abrangendo ações de saúde humana, animal e ambiental. O uso exacerbado de antibióticos como promotores de crescimento na produção animal tem levado ao aparecimento de resistência em um período curto de tempo. Com o objetivo de monitorar a resistência antimicrobiana nos alimentos de origem animal consumidos pelos paranaenses, a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná realizou, no período de novembro de 2017 a março de 2019, a coleta de 146 amostras de carcaças e cortes de frango (congelados ou resfriados), distribuídas de forma homogênea no estado, para o isolamento de bactérias como: E. coli, Salmonella spp., Shigella spp., Campylobacter spp. e, posteriormente, identificação da presença do gene de resistência ao antimicrobiano colistina, denominado MCR-1, por métodos moleculares. As amostras de carne de frango eram coletadas pelas equipes de vigilância sanitária municipais e encaminhadas ao LACEN-PR. Do total analisado, foi possível realizar a identificação de: E. coli em 100% das amostras coletadas (n=146); Salmonella spp. em 34,9% (n=51) e Campylobacter spp. em 8,9% (n= 13) das coletas. Quanto à presença do gene MCR-1, foi possível identificá-lo em E. coli isoladas de 7 amostras de frango. Fernandes et. al (2016), analisando 4.620 isolados bacterianos encontraram o gene MCR-1 em 16 amostras coletadas, de 2003 a 2016, sendo todas originadas de swabs de aves e suínos. Neste trabalho, entretanto, ainda que num período menor de tempo e com quantidade menor de isolados, foi possível a detecção de 7 amostras positivas para MCR-1 em alimentos de origem animal. Considerando que as amostras foram coletadas em suas embalagens originais, vindas diretamente do abatedouro, percebe-se que os altos índices de contaminação bacteriana podem ser atribuídos a falhas durante as etapas anteriores à chegada do alimento ao consumidor, denotando a adoção inadequada ou insuficiente de boas práticas agropecuárias ou de controle de qualidade na planta frigorífica. Os presentes achados representam um impacto significativo para a população e demandam uma abordagem articulada entre o setor produtivo, meio ambiente e saúde humana, sob o contexto One Health.
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