26/11/2019 - 08:30 - 10:00 DT11 - VISA de Produtos - Alimentos/Controle Sanitário - Novas Práticas |
29381 - SURTO DE INTOXICAÇÃO ALIMENTAR POR TOXINA ESTAFILOCÓCICA NO MUNICÍPIO DE CASCAVEL, PARANÁ - 2019 ROSELANE OLIVEIRA DE SOUZA LANGER - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO PARANÁ-10ªRS,CASCAVEL, ELAINE MARIA DAINEZ - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, CASCAVEL, PARANÁ, ELISABETE NAGI - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, CASCAVEL, PARANÁ, HEITOR LUIZ BORDIN - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, CASCAVEL, PARANÁ, ELIANE MARLI PERLIN SILVA - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO PARANÁ-10ªRS,CASCAVEL
As Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) são consideradas, atualmente, grande problema de saúde pública mundial. Surtos são definidos como sendo a ocorrência de dois ou mais casos de uma doença, com o mesmo quadro clínico, resultante da ingestão de um alimento em comum. O presente trata de relato de um surto domiciliar de DTA ocorrido em fevereiro de 2019, Cascavel, PR. O estudo envolveu cinco comensais da mesma família, residentes em área urbana do município e destes, quatro adoeceram. A notificação foi registrada pelo serviço de pronto atendimento municipal onde os quatro indivíduos foram atendidos com sintomas de gastroenterite. Procedeu-se a investigação pelas vigilâncias sanitária e epidemiológica do município, mediante entrevistas dos comensais e registro no formulário de inquérito coletivo de doença transmitida por alimento, em que os doentes relataram o aparecimento dos sintomas logo após ingerirem alimentos servidos na refeição do lanche da tarde. Os alimentos consumidos na refeição suspeita foram queijo colonial (sem registro no órgão competente), pão, mortadela, bolo de chocolate, café e leite. Os dados coletados foram analisados, utilizando-se como ferramenta de apoio a planilha informatizada, criada no programa Microsoft Excel®, que constou de cálculos da mediana do período de incubação, taxas de ataque dos sintomas e dos alimentos. Foi coletado amostra da sobra do queijo para análise microbiológica e enviado ao Laboratório Central do Estado (LACEN). Quanto aos resultados se observou que a mediana do período de incubação foi de 1:30 horas. O queijo colonial apresentou taxa de ataque de 100%, o pão, mortadela e leite de 80% e o bolo de chocolate foi de menos 100% (negativo). Referente à taxa de ataque dos sintomas, 100% foi de náusea, 75% vômito e 50% para diarreia. As análises realizadas na amostra de queijo revelaram a presença de Coliformes a 45ºC como indicador de contaminação fecal e a presença de Estafilococos coagulase positiva acima da dose infectante. Diante dos resultados, considerando que o queijo colonial apresentou o maior risco atribuível, associado à reduzida mediana do período de incubação, aos sintomas predominantes e sem relato de febre, concluiu tratar-se de surto de intoxicação alimentar por toxina estafilocócica. Este relato reforça a necessidade de intensificar ações integradas em toda a cadeia de produção visando maior controle, de forma a garantir a oferta de alimentos seguros e proteger a saúde da população.
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