26/11/2019 - 08:30 - 10:00 DT12 - VISA e Tecnologias de Diagnóstico e Tratamento/Produtos para Saúde |
29342 - FAKE NEWS E A REGULAÇÃO SANITÁRIA DE DISPOSITIVOS MÉDICOS MAGNÉTICOS LEIDY ANNE ALVES TEIXEIRA - ANVISA, CÁSSIO RAPHAEL ARAÚJO GONÇALVES - ANVISA
A fake news ou notícia falsa de dispositivos médicos concentra-se na propaganda enganosa. O objetivo deste relato de experiência é analisar dados coletados dos canais de atendimento da ANVISA a respeito de dispositivos médicos que empregam o magnetismo como terapia e diante disso mostrar a vulnerabilidade dos consumidores frente as fake news. A ausência de conhecimento por parte dos consumidores em relação aos mecanismos e, principalmente, das causas multifatoriais de uma doença contribui para a propagação de informações duvidosas. Este trabalho coletou informações do banco de dados do Fale Conosco e da Ouvidoria da ANVISA sobre os questionamentos relativos a regularidade de produtos médicos que empregam o termo magnético, ao mesmo tempo em que buscaram-se as principais empresas já conhecidas por envolvimento com fake news. Os seguintes dados foram obtidos a partir dos protocolos recebidos pela GQUIP (Gerência de Tecnologia em Equipamentos Médicos) via Central de Atendimento (CA) por contato telefônico ou formulário eletrônico: Produtos magnéticos marca X (bracelete, pastilhas, colchão): 54 (2016), 44 (2017) e 22 (2018); Produtos magnéticos marca Y (bracelete, pastilhas, colchão): 4 (2016), 11 (2017) e 3 (2018); Colchão magnético: 20 (2016), 11 (2017) e 10 (2018); Protocolos recebidos pela Ouvidoria nos anos de 2016, 2017 e 2018: Empresa A: 11; Empresa B: 4. Trechos de protocolos selecionados da CA e da Ouvidoria mais significativos: “Usuária informa que realizou a compra de um bracelete magnético para uso próprio e deseja saber a regularidade e os perigos que pode causar a saúde por não ter registro. Cura todas as doenças, como por exemplo: diabetes"; “Consulta da regularidade do produto: serve para desinflamar qualquer tipo de inflamação nas costas e coluna, problemas de pressão alta, diabete, colesterol, renite alérgica"; “Comprei um colchão que me prometia a cura de várias doenças inclusive que faria um tipo de drenagem linfática e nada disso aconteceu. Tem registro na ANVISA, pois tem o carimbo e tudo?” Da análise dos conteúdos é possível verificar a presença de fake news ou notícias fraudulentas, bem como o uso intencional de números de protocolos internos da Agência para induzir o consumidor a acreditar que o produto foi aprovado pela ANVISA. Assim, este trabalho tem a intenção de contribuir com as discussões sobre dispositivos médicos que se utilizam de fake news para se promover e alertar o consumidor sobre tais produtos.
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