27/11/2019 - 08:30 - 10:00 DT14 - VISA de Produtos - Medicamentos/Farmácias de Manipulação/Indústrias e Comércio Atacadista de Medicamentos |
29288 - ANÁLISE TÉRMICA DO INSUMO FARMACEUTICO ATIVO LOSARTANA SIBELE GUIMARÃES - INCQS, BERNARDETE FERRAZ SPISSO - INCQS, ANDRÉ LUÍS MAZZEI ALBERT - INCQS
As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortes ao redor do mundo e o Brasil acompanha essa mesma tendência, com cerca de 300 mil brasileiros morrendo por ano. A losartana é um insumo farmacêutico ativo (IFA) utilizado na fabricação de medicamentos para hipertensão e insuficiência cardíaca e proporciona vantagens sobre os outros agentes anti-hipertensivos como a eficácia e tolerabilidade. Um fenômeno importante exibido pela losartana é o polimorfismo, onde uma molécula se apresenta em mais de uma estrutura cristalina e essas variações causam alterações nas propriedades físico-químicas como a solubilidade, densidade e faixa de fusão. Esta e outras características dos IFAs podem interferir na qualidade de um medicamento como a perda de eficácia ocasionando um risco ao paciente, portanto devem ser controladas e monitoradas. A termogravimetria (TGA) e calorimetria exploratória diferencial (DSC) são métodos analíticos empregados na caracterização do polimorfismo e são fundamentais para elucidá-los. Até o momento foram patenteadas seis formas polimórficas para o IFA losartana. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade dos IFAs e caracterizar seus polimorfos. Onze IFAs numerados de 1 a 11 adquiridos de diferentes fabricantes foram analisados por TGA e DSC. Todos os IFAs analisados tiveram perdas de massa que estão associadas à água ou solvente orgânico e início de degradação em 280 0C e apresentaram perfil energético semelhante e estão de acordo com a literatura que descreve dois eventos endotérmicos para a losartana, os quais correspondem respectivamente, a uma transição enantiotrópica polimórfica que ocorre entre 225 e 250 °C, e a uma fusão seguida de degradação, que é exibido em torno de 260 a 280 °C, exceto o IFA 6 onde foram observados quatro eventos endotérmicos, os dois primeiros ocorreram numa faixa de temperatura de 25 a 130 ºC e os outros dois correspondem às faixas de temperatura conhecidas, sugerindo que este IFA pode apresentar uma forma polimórfica diferente das encontradas na literatura e usualmente utilizados na indústria. Portanto, sugere-se a necessidade de utilizar outras técnicas analíticas para comprovar essa suspeita e a inclusão destas técnicas na Farmacopeia para uma melhor identificação, caracterização e determinação quantitativa dos IFAs, oferecendo maior confiabilidade aos medicamentos utilizados para o consumo da população.
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