27/11/2019 - 08:30 - 10:00
DT17 - VISA e Meio Ambiente - Água para Consumo Humano |
29682 - INDICADORES DE QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO E CASOS DE HEPATITE A NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
DANIELE GONÇALVES NUNES - UERJ E IFRJ, CARLOS JOSÉ SALDANHA MACHADO - FIOCRUZ, JULIO CESAR BARRETO DA SILVA - UERJ
O presente trabalho visa discutir a relação entre qualidade da água para consumo humano e saúde observando os casos de Hepatite A em uma região do país marcada por grau elevado de urbanização e de atividades industriais e agrícolas, o Estado do Rio de Janeiro. Trata-se de identificar e analisar, através de uma metodologia quanti-qualitativa, as notificações de doenças de veiculação hídrica com indicadores de qualidade dos serviços de água no estado do Rio de Janeiro com base em dados secundários nas bases dos Sistemas de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/DATASUS/Ministério da Saúde-MS) e de Informação sobre Saneamento (SNIS). As análises estatísticas foram evidenciadas pela Correlação de Pearson (MOORE, 2007), via Programa gratuito R-Project, versão 3.5.3, para testar 29 variáveis explicativas em relação à Hepatite A (CONAS; MS, 2019), sendo 25 indicadores de qualidade de água e 4 climáticas. Maior correlação e nível de significância à doença foi apresentada pelos indicadores de qualidade da água, especificamente, pelo IN071 (economias atingidas por paralisações) e pelo QD027 (quantidade de amostras para coliformes totais com resultados fora do padrão), respectivamente, 25,50% e 60,65%, ambos a um p-valor < 0,001, corroborando com Silva et al. (2009), MS (2015) e Prefeitura Municipal do Rio Grande do Sul (2013). A partir destes resultados, foram elaborados mapas temáticos, via programa gratuito Q-GIS, versão 2.18.22 – Las Palmas, que permitiram observar a maior incidência desses indicadores na Região Metropolitana, que abrange partes das Regiões Hidrográficas da Baía de Guanabara e do Guandu. A capital do Estado, Rio de Janeiro, se sobressai com a maior incidência de casos de Hepatite A e, também, de valores de QD027, reforçando uma estreita relação entre água e saúde e validando os argumentos de autores como Freitas et al. (2001) e Heller (1998), Lima et al. (2017), Machado e Klein (2003) e Soares et al. (2002) que caminham nessa direção, entre outros. Visando a manutenção da qualidade de vida da população, o trabalho é concluído com a defesa da vigilância diária da qualidade da água para consumo humano e o monitoramento qualitativo da rede de abastecimento de água, ambos como instrumento público de antecipação e controle da ocorrência de doenças, como a hepatite A. Faz-se necessário que o direito humano de acesso à água de qualidade se realize de forma efetiva, uma das condições para uma sociedade sustentável.
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