27/11/2019 - 08:30 - 10:00 DT18 - VISA e Meio Ambiente - Áreas Contaminadas |
29247 - SURTO DE INTOXICAÇÃO POR AGROTÓXICO AGRÍCOLA (PARAQUATE) NA LINHA BOA VISTA DE SÃO ROQUE, ESPIGÃO ALTO DO IGUAÇU, PARANÁ, NOVEMBRO/2018 MARCELO DE SOUZA FURTADO - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO PARANÁ-10ªRS /VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA, MARUCIA DALCUCHI - SECRETARIA MUNICIPAL DE ESPIGÃO ALTO DO IGUAÇU/ VIGILÂNCIA SANITÁRIA, MARISETE RUFINO CASAGRANDE - SECRETARIA MUNICIPAL DE ESPIGÃO ALTO DO IGUAÇU/ VIGILÂNCIA AMBIENTAL, ROSELANE OLIVEIRA DE SOUZA LANGER - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO PARANÁ-10ªRS /VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Trata-se de relato de surto de intoxicação aguda por contato com agrotóxico agrícola (Paraquate), decorrente da aplicação tratorizada em área rural, Linha Boa Vista de São Roque, município de Espigão Alto do Iguaçu-PR, em novembro de 2018. Mediante notificação de moradores, o surto foi investigado pelas vigilâncias sanitária e epidemiológica, Estadual e Municipal e envolveu indivíduos expostos sintomáticos e assintomáticos que se encontravam na comunidade no momento da aplicação do agrotóxico. O surto totalizou 187 expostos, onde 86 (46%) apresentaram um ou mais sintomas e sinais de intoxicação aguda, com quadro clínico leve a moderado e 101 (54%) foram assintomáticos. Diante da clínica não houve procura dos serviços de saúde de imediato. Os mais atingidos foram alunos da escola que no momento se encontravam na quadra esportiva, seguido dos que estavam no interior da sala de aula e funcionários, no total de 52 (60,5%) e 34 (39,5%) moradores residentes mais próximos ao local pulverizado, seguindo a direção do vento como resultado da deriva. As faixas etárias mais acometidas foram de 10 a 14 anos com 40 casos (46,5%), acima de 60 anos, 13 casos (15,1%) e 9 casos (10,5%) na faixa de 5 a 9 anos, com intervalo entre 2 e 81 anos. As faixas etárias com maiores taxas conferiram com a maioria dos alunos que se encontravam na escola, seguido dos indivíduos com idade de 60 anos ou mais, provavelmente devido à sua maior vulnerabilidade. Os sintomas/sinais mais referidos foram cefaleia com 40 (46,5 %), 32 (37,2%) dor abdominal/cólica, 17 (18,8%) náusea e boca seca, 16 (18,6%) diarreia , 12 (13,9 %) ardência ou dor nos olhos e 11 (12,8%) com dor de garganta/garganta seca. A mediana do tempo de aparição dos sintomas e sinais foi 6h, com intervalo de 30 minutos a 96 horas. Referente aos 101 expostos assintomáticos, 89 (47,6%) se encontravam no interior dos seus domicílios e 12 (6,4%) estavam fora, o que sugeriu-se estar no interior do domicílio no momento da pulverização foi fator de proteção. Também se observou danos ambientais nas lavouras de milho, árvores frutíferas, hortas e flores, que se estenderam em torno de 1000m. Diante do exposto, se concluiu tratar-se de surto de intoxicação aguda por agrotóxico agrícola paraquate. Assim, ações de promoção e proteção à saúde humana e ambiental foram recomendadas, especialmente educação em saúde continuada e as voltadas para a vigilância da população exposta aos agrotóxicos, visando minimizar seus riscos.
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