27/11/2019 - 08:30 - 10:00 DT19 - VISA e Serviços de Saúde - Controle de Infecção/Segurança do Paciente |
29511 - INCIDENTES DE SEGURANÇA DO PACIENTE ENVOLVENDO O USO DE MEDICAMENTOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DA CIDADE DE MANAUS-AM EM 2018. TATIANE LIMA AGUIAR - UEA, DHEYSE SILVA LIMA - UFAM, GUSTAVO LOPES DE CASTRO - UFAM, MARIA ALYETE BEZERRA MOREIRA - UFAM, JOÃO MARCOS BEMFICA BARBOSA FERREIRA - UEA
A segurança do paciente no contexto da Atenção Primária à Saúde (APS) apresenta desafios diferentes daqueles encontrados no âmbito hospitalar. Dentre os riscos mais comuns à segurança do paciente na APS, destacam-se a incerteza diagnóstica e falhas relacionadas à maior autonomia do usuário, como uso irregular de medicamentos. Estudos apontam que 24-29% dos incidentes de segurança do paciente reportados mundialmente na APS são erros de tratamento. No Brasil, a estimativa é que erros de tratamento medicamentoso totalizem 24% dos incidentes neste cenário. Diante deste panorama, o presente trabalho identificou erros associados a uso de medicamentos, através da análise de dados secundários de estudo prévio que registrou incidentes de segurança do paciente na APS da cidade de Manaus-AM, entre setembro e novembro de 2018. Erros de tratamento somaram 21,9% do total de 105 incidentes de segurança identificados, sendo 20% relacionados a medicamentos. Houve registro de dano (evento adverso) em 57,2% dos casos, porém sem ocorrência de dano grave. Em 66,6% dos erros de medicamento, houve envolvimento do próprio paciente na gênese do incidente. Os usuários eram majoritariamente do sexo feminino (71%), portadores de doença crônica (80,9%) e com vulnerabilidade social (80,9%), categoria composta por idosos em sua totalidade, que comumente são usuários de polifarmácia. Os resultados sugerem uma prevalência significativa de erros relacionados a medicamentos na APS de Manaus, o que pode subsidiar a decisão de implantação de ações voltadas à vigilância do uso de medicamentos neste ponto de cuidado. Medidas gerais para mitigação de incidentes de segurança do paciente na APS, utilizando ferramentas já instituídas pela Política Nacional da Atenção Básica, como acolhimento e ambiência adequados, atenção à população vulnerável idosa, incentivo ao autocuidado apoiado e à participação em redes sociais de apoio, podem ser úteis para o enfrentamento do problema. Implantação de conciliação medicamentosa na APS e de estratégias de monitoramento da transição do cuidado podem ser ações mais específicas e igualmente efetivas.
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