27/11/2019 - 08:30 - 10:00 DT22 - VISA e Saúde de Trabalhadores - Gestão, Formação e Planejamento/Trabalhadores da Saúde |
31757 - ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO EM UMA FACULDADE DE ODONTOLOGIA NAJARA BARBOSA DA ROCHA - UFMG, FERNANDA MIDORI TSUZUKI - UEM, AMANDA PENHA MATHIAS - UEM, BRUNA ANGÉLICA DE SOUZA VIANA - UEM, MITSUE FUJIMAKI - UEM, MARCOS SÉRGIO ENDO - UEM
É importante entender o perfil dos acidentes com materiais biológicos que ocorrem em uma instituição de saúde, para realizar um planejamento de estratégias de prevenção e condutas a serem tomadas para evitar o acidente e, assim proteger o trabalhador em saúde. Assim, este estudo teve o objetivo de identificar o perfil dos acidentes com material biológico ocorridos na clínica odontológica de uma universidade na região sul do país. Foi realizado um estudo descritivo, transversal, retrospectivo, analisando as notificações da Vigilância Epidemiológica (SINAN) ocorridas entre 2013 a 2016. Foram analisadas as variáveis demográficas e dados referentes a notificação de acidentes com material biológico contidas na ficha do SINAN, tais como: idade, sexo, raça, trabalhador de saúde (estudante, professor, técnico em saúde bucal, residentes), momento e local da ocorrência do acidente, agente causador da perfuração, uso total ou parcial de EPI no momento do acidente, contato com material orgânico, agente do contato e vacinação em dia contra hepatite B e abandono do tratamento. Os dados obtidos foram analisados pelo programa EpiInfo. A análise estatística incluiu a análise descritiva e inferencial, com nível de significância de p≤0,05 e intervalo de confiança (IC) de 95%. No total, houve 55 notificações de acidentes com materiais pérfuro-cortantes, sendo 21,8% homens e 78,2% mulheres. A idade média da população amostral era de 24,2 (±6,3) anos. Quanto aos trabalhadores de saúde, 80% eram estudantes de graduação, 12,7% residentes, 5,5% professores e 1,8% técnico em saúde bucal. A maioria (61,8%) se perfurou durante o procedimento odontológico, 21,8% durante a lavagem dos materiais e 16,4% durante uma cirurgia, porém 20% alegaram que não utilizavam o equipamento de proteção individual. Em relação ao material orgânico, houve grande prevalência do contato com o sangue (70,9%), sendo a agulha o principal agente (47,3%). Uma minoria (3,7%) afirma não estar vacinado contra hepatite B. Na análise bivariada, o local do acidente esteve associado com uso do equipamento de proteção individual (p=0,01). Os resultados mostraram que o número de incidentes é elevado e podem ser atribuídos a diversos fatores, como a falta de experiência dos estudantes e a não utilização de equipamentos de proteção individual. Em decorrência disso, é necessário estabelecer um programa de educação permanente focado em estratégias de educação e prevenção de acidentes para minimizar esses agravos.
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