27/11/2019 - 08:30 - 10:00 DT22 - VISA e Saúde de Trabalhadores - Gestão, Formação e Planejamento/Trabalhadores da Saúde |
31761 - ACIDENTE DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO À MATERIAL BIOLÓGICO, NOS MUNICÍPIOS DO NÚCLEO REGIONAL DE SAÚDE SUL-ITABUNA-BA, 2014 A 2018 DENISE ALVES MIRANDA DE OLIVEIRA - SESAB, ROSEMEIRE VIEIRA CARVALHO - SESAB, JOSELITA OLIVEIRA DA SILVA GUIMARÃES - SESAB
INTRODUÇÃO: No Brasil, acidentes de trabalho com exposição a material biológico (ATEMB) são de notificação compulsória, necessitando ser registrados no Sistema de Informações de Agravos de Notificações (SINAN). São acidentes considerados emergenciais, devem ser avaliados imediatamente após o ocorrido e o tratamento iniciado logo após a ocorrência do fato. São objeto das ações das equipes municipais de vigilância em saúde do trabalhador e sanitária. OBJETIVO: Analisar dados de ATEMB disponíveis no SINAN para os 22 municípios que constituem a Núcleo Regional de Saúde Sul-Itabuna-Ba. METODOLOGIA: Foram selecionados registros destes acidentes para os anos de 2014 a 2018. Realizou-se análise descritiva dos dados utilizando variáveis de categoria faixa etária, sexo, divisão de atividade econômica, situação no mercado de trabalho, exposição percutânea e mucosa, situação vacinal Hepatite B, investigação por anti-HIV e evolução do caso. RESULTADOS: Constatou-se uma manutenção do número de notificações nos últimos 4 anos nos municípios pesquisados. Em relação a idade, sexo e atividade ocupacional este estudo corrobora com achados da literatura que preveem os profissionais de saúde como os mais atingidos, sendo o técnico de enfermagem responsável por 50,60% dos ATEMB, seguido por faxineiro em 10,36% dos casos. Estes trabalhadores são compostos em sua maioria por mulheres (75,81%) na faixa etária de 20 a 40 anos (69,81%). Em relação a situação no mercado de trabalho 55,48% dos acidentes ocorreram em empregados registrados. A exposição percutânea esteve presente em 71,64% dos casos e a exposição mucosa em 9,04%. Dos trabalhadores acidentados 72,35% estavam vacinados contra hepatite B e 13,0% não vacinados. Dos trabalhadores acidentados (52,94%) foram negativo para sorologia anti-HIV. Preocupa os (12.90%) dos que não realizaram o exame e os (0,50%) cujo resultado foi positivo. O preenchimento do campo evolução do caso ignorado em 71,23% dos casos evidencia a necessidade urgente de medidas de educação permanente e comprometimento dos profissionais na qualidade e fidedignidade do SINAN. CONCLUSÕES: A subnotificação dos ATEMB e avaliação profissional do acidente como uma situação banal e ausente de risco é preocupante. Os técnicos de referência em saúde do trabalhador precisam emitir esforços na atuação na defesa de melhorias de condições de trabalho, biossegurança, redução de riscos, medidas de prevenção e promoção da saúde dos trabalhadores brasileiros.
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