27/11/2019 - 08:30 - 10:00 DT23 - VISA e Saúde de Trabalhadores - Segmentos Diversos |
29590 - VIGILÂNCIA SANITÁRIA DA TERAPIA ANTINEOPLÁSICA EM ESTABELECIMENTOS VETERINÁRIOS DE CAMPINAS/SP FELIPE ROBERTO VITA PEDROSA - PREFEITURA DE CAMPINAS, PAULA STAUDACHER LEAL BONI - PREFEITURA DE CAMPINAS, ANA LÚCIA MONTINI RIBEIRO - PREFEITURA DE CAMPINAS
Objeto e Contexto: O aumento dos casos de neoplasias em cães e gatos tem provocado uma maior ocorrência da Terapia Antineoplásica Veterinária (T.A.V.). A exposição ocupacional a antineoplásicos representa um elevado risco e pode ocorrer em diferentes fases da manipulação: preparo, administração e descarte, tanto diretamente – através da pele, membranas, mucosas e inalação –, quanto indiretamente – por meio de fluidos corporais e excretas de pacientes que receberam a medicação, principalmente, nas últimas 72 horas.
Os antineoplásicos utilizadas em ambos casos são os mesmos, ou seja, o risco implicado é igual.
Execução: Foi realizado um levantamento através do banco de dados SIVISA, autos de infração e relatórios de inspeção entregues aos estabelecimentos que realizavam T.A.V. em Campinas-SP de 2013 a 2019, sendo 3 na região Sudoeste, 5 na Noroeste, 14 na Leste, 11 na Sul e 12 na Norte (45 no total)
Foram avaliados aspectos relativos a: 1) Boas práticas (origem, transporte, recebimento, manipulação e armazenamento dos antineoplásicos) 2) Saúde do trabalhador 3) Estrutura Física (incluindo a Cabine de Segurança Biológica Classe II B2 e área restrita e isolada para preparo, quando aplicável) 4) Resíduos 5) Tutores dos pacientes 6) Regularização e Procedimentos Operacionais Padrão;
Resultados: Todos os estabelecimentos avaliados (100%) apresentaram não conformidades em pelo menos um dos aspectos avaliados. O desconhecimento dos profissionais sobre os riscos implicados, das legislações existentes e de trabalhos científicos sobre o tema era muito grande, tendo sido realizadas diversas ações educativas, incluindo reuniões presenciais, aulas expositivas em Universidade e um treinamento ampliado para profissionais. Desses estabelecimentos, atualmente apenas 3 continuam realizando T.A.V., tendo se adequado minimamente aos parâmetros preconizados.
Análise Crítica dos Resultados: Verificou-se que, neste período, a T.A.V. em estabelecimentos de Campinas era realizada sem os padrões de identidade, qualidade e segurança, além de estarem em desacordo com as legislações vigentes e demais documentos técnicos publicados. Mais atenção ao tema por parte das universidades e institutos de pós-graduação, intersetorialidade, equipes multidisciplinares (com destaque ao farmacêutico), fomento de trabalhos científicos na área e melhor articulação entre os órgãos públicos envolvidos na fiscalização se fazem necessárias para contribuir com melhor controle do risco dessa atividade.
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