Discussão Temática

27/11/2019 - 08:30 - 10:00
DT23 - VISA e Saúde de Trabalhadores - Segmentos Diversos

32128 - CONTRIBUIÇÕES DO RACISMO ESTRUTURAL NA DETERMINAÇÃO DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA DE CATADORES(AS) DE MATERIAIS RECICLÁVEIS: DO TRABALHO NOS LIXÕES ÀS COOPERATIVAS EM VOLTA REDONDA-RJ/BRASIL
MARIA APARECIDA VIEIRA ALBANO FERREIRA - UFRJ, GABRIEL EDUARDO SCHÜTZ - UFRJ


Este trabalho aborda sobre como o município de Barra Mansa-RJ, de base rural pós-escravocrata, em meados do século XX experimentou uma transformação territorial passando à industrialização ao potenciar a atração de força-de-trabalho rural, de composição eminentemente negra, para realizar atividades produtivas urbanas. Trata também das subsequentes transformações do capital que, ao reduzir o emprego industrial da construção da Companhia Siderúrgica Nacional Usina Presidente Vargas-CSN-UPV em Volta Redonda-RJ não promoveu as condições objetivas de retorno desse contingente humano ao campo. Pelo contrário, exatamente como na pós-abolição relegou-o à própria sorte; o que significa dizer, à marginalidade e à precariedade urbanas vinculadas à catação de lixo/resíduos sólidos recicláveis. Neste trabalho, marginalidade, precariedade e desigualdade econômico-racial nos remetem à perda do acesso e ao uso do solo como garantia de sua autonomia e soberania alimentar, à perda do simbolismo identitário de “industriários” como eram denominados os trabalhadores da “indústria siderúrgica” de Volta Redonda-RJ. O município de Volta Redonda desmembrado de Barra Mansa-RJ foi criado para sediar a Usina Presidente Vargas-UPV da Companhia Siderúrgica Nacional-CSN. Nesse segmento a CSN tornou-se a maior planta estatal da industrial siderúrgica da América Latina, entre meados das décadas de 1940 até a década de 1990. E, assim, na contramão do desenvolvimento econômico os trabalhadores dispensados do emprego formal industrial da construção civil e metal-metalurgia reencontraram o legado sócio-histórico de desigualdades econômico-racial e experimentam uma não tão nova realidade de vida, conforme Hall (2006); Souza (2013). Restou disto que, pelo menos oficialmente, até a primeira década de 2000-2010 do Século XXI, a luta pela sobrevivência de muitos destes homens, bem como mulheres e crianças passou pela naturalização da desumanização da autoexploração de trabalho sob iniquidades ambientais criadas e institucionalizadas pela União, Estado e Município; quais sejam, os vazadouros de lixo/ lixões, por sua vez sob a gestão da administração local. Neste contexto e na perspectiva do materialismo histórico-dialético, Marx e Engels (2001), Marx (1996) este trabalho objetiva problematizar as contribuições do racismo estrutural, Almeida (2018) na determinação dos processos de saúde-doença nos processos de trabalho de catadores(as) de materiais recicláveis desde os lixões até às cooperativas.

local do evento

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