26/11/2019 - 14:00 - 16:00 CC1 - Gestão em Planejamento de Vigilância Sanitária |
29557 - VISA NO SUS - PLANEJAMENTO E GESTÃO: DIAGNÓSTICO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE. DANIELA DE ALMEIDA OCHOA CRUZ - PBH, NANCY REBOUÇAS JULIÃO - PBH, VANESSA DE ALMEIDA GUERRA - UFMG, PAULA CAMPOS PEREIRA - FIOCRUZ- MG
O presente trabalho surgiu da necessidade de identificar as ações de vigilância em saúde ambiental (VSA) desenvolvidas na Atenção Primária do município, as dificuldades para incorporá-las e a percepção dos gestores e gerentes, profissionais e usuários a respeito da saúde ambiental no território, e constitui a dissertação de mestrado de uma das coautoras, defendida em 2018.
Realizou-se um estudo transversal na cidade de Belo Horizonte por meio de entrevista com três gestores dos níveis central e distrital e 13 gerentes de unidades básicas de saúde de nove regionais dos distritos sanitários de Belo Horizonte, contendo 31 questões abertas relacionadas às ações de saúde ambiental desenvolvidas na sua área de responsabilidade sanitária. Além disso, aplicou-se um instrumento para 1.042 profissionais de saúde e para 1.126 usuários.
Dentre os resultados, percebeu-se que a maioria dos usuários, profissionais de saúde, gestores e gerentes não conhecem ou não desenvolvem ações de saúde ambiental. Dentre os usuários, a maioria, 58,9%, relatou não conhecer tais ações. Quanto aos profissionais, 44,3% responderam desenvolver ações de saúde ambiental, sendo que o profissional que se destaca é o Agente de Combate a Endemias, com 62,4%. Sete dos 16 gestores entrevistados desconhecem a política e as ações de saúde ambiental propostas para serem desenvolvidas na APS. Cinco relatam tratar das ações da equipe de zoonoses e 3 mencionam outras ações distintas. Os gestores entrevistados, na sua maioria, indicaram como obstáculos e dificuldades à incorporação das ações de Saúde Ambiental na APS no âmbito do SUS, a falta de conhecimento e informação, dificuldades de infraestrutura e baixa adesão da população.
Os resultados apontam que a temática ambiental precisa ser inserida e consolidada no cotidiano profissional de gestores e profissionais de saúde, através de cursos no local de trabalho que sensibilizem também os usuários e/ou a comunidade. Para o fortalecimento desse ideal, é importante a criação de instrumentos para acompanhar áreas de risco ambiental no território de atuação por parte de representantes das Equipes de Saúde da Família, como o Agente de Combate a Endemias, visando subsidiar a sistematização do escopo das ações da VSA. Isso contribuiria para apoiar a construção de uma política municipal de saúde ambiental, em consonância com o conceito de Atenção Primária Ambiental da Organização Pan Americana de Saúde, em 1999.
|