26/11/2019 - 14:00 - 16:00 CC1 - Gestão em Planejamento de Vigilância Sanitária |
32318 - FATORES RELEVANTES PARA O DESENCADEAMENTO DE UM SURTO: ANÁLISE DA SÉRIE HISTÓRICA DO PERÍODO DE 2010 A 2016 MANUELA CASTILHOS DA ROSA - ESP/RS, LILIAN BORGES TEIXEIRA - CEVS/RS, AMANDA BRITO DE FREITAS - ESP/RS, JULIANA QUERINO GOULART - ESP/RS, JESSICA CICI DE CARPES - UFGRS
As doenças transmitidas por alimentos são definidas como doenças causadas pela ingestão de alimentos contaminados por agentes químicos ou biológicos. A sua ocorrência é influenciada pelas condições higiênico-sanitárias dos estabelecimentos, assim como pela saúde e pela higiene do manipulador. Por isso, como parte integrante da investigação epidemiológica do surto é realizada a inspeção sanitária nos locais envolvidos. Visando avaliar os fatores envolvidos na ocorrência de surtos alimentares, este estudo teve por objetivo analisar as fichas de investigação de surtos no Rio Grande do Sul ocorridas entre 2010 e 2016, nas quais os estabelecimentos envolvidos passaram por inspeção sanitária. Para isso, as fichas de investigação de surtos alimentares recebidas pelo Programa Estadual de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar do Centro Estadual de Vigilância em Saúde foram tabuladas e analisadas. Os dados obtidos na inspeção sanitária foram avaliados e os possíveis fatores desencadeadores de surtos agrupados em oito subgrupos, sendo eles: manipulação inadequada; saúde e higiene do manipulador; temperatura inadequada; matéria-prima sem inspeção (clandestina); higienização deficiente e uso de utensílios inadequados; contaminação com substâncias tóxicas; problemas no abastecimento de água e esgoto; e outros. Foram notificados 389 surtos cujos estabelecimentos passaram por inspeção sanitária. A temperatura inadequada foi o fator mais relevante nas causas dos surtos investigados, sendo 34% deste total relacionado a esta. Já a manipulação inadequada e utilização de matéria-prima sem inspeção foram o segundo e terceiro mais prevalentes, com um total de 18 e 16% respectivamente. A seguir foi identificada higiene deficiente e utilização de utensílios inadequados (11%), problemas relacionados ao abastecimento de água e esgoto (3%) e, por último, saúde e higiene do manipulador (2%). Em posse destas informações pode-se concluir que grande parte dos surtos alimentares está vinculada à inadequação da temperatura. Isso se explica pela multiplicação de micro-organismos patogênicos, que se amplifica em temperaturas próximas às ambientais. Sendo assim, o controle da temperatura nas diversas etapas do processo produtivo é essencial para evitar condições favoráveis para o crescimento, a sobrevivência e a multiplicação de micro-organismos nos alimentos.
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