26/11/2019 - 16:30 - 18:00 CC2 - Vigilância Sanitária de Alimentos |
32095 - AVALIAÇÂO DOS RESULTADOS DOS MONITORAMENTOS EM CAFÉ TORRADO EM RELAÇÃO A CONTAMINAÇÃO POR OCRATOXINA A DE 2002 A 2018 REALIZADO NO INCQS COM PARCERIA DAS VISAS ESTADUAIS E INSTITUIÇÃO DE ENSINO. MARIA HELOISA PAULINO DE MORAES - INCQS/FIOCRUZ, ROSANA PEREIRA DOS SANTOS - INCQS/INCQS, ANDRÉ VICTOR SARTORI - INCQS/FIOCRUZ
O café é uma das bebidas mais apreciadas e consumidas no mundo e podem ser contaminados por uma variedade de micro-organismos, principalmente fungos, gerando possíveis contaminação pela micotoxina, a Ocratoxina A (OTA). Essa contaminação pode ocorrer durante as fases de pré e pós-colheita, logo boas práticas de colheita e bom controle de umidade durante o processamento primário são e continuarão sendo cruciais. Por ser uma molécula termorresistente, pode permanecer no mesmo após o processo de torrefação (SOUZA, 1997). Segundo a Agência Nacional para Pesquisa em Câncer (IARC) a ocratoxina A é classificada como carcinógeno do grupo 2B, possível carcinogênico humano (IARC, 1993). No Brasil, a partir de 2011 a ANVISA estabelece para OTA o limite máximo tolerável de 10 µg/ Kg em café torrado (ANVISA, 2011). Assim, em 2002/2003 o laboratório de Micotoxinas do INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade e Saúde) em parceria com a Visa Municipal do Rio de Janeiro analisou 29 amostras de café e a faixa de contaminação encontrada foi de 0,65 a 5,68 µg/Kg, com média de de 0,97 µg/Kg, com 62% das amostras contaminadas. O método utilizado foi validado e o LD = 0,3µg/kg para um volume de injeção de 20µL e faz parte do manual da qualidade do Instituto. Em 2012/ 2013, um trabalho realizado em parceria INCQS/UEZO (Universidade Estadual da Zona Oeste) foram analisadas 37 amostras com 100% delas contaminadas, a faixa de contaminação variou de 0,35 a 3,27 µg/Kg e a média de 0,96 µg/Kg. Em 2014, com as VISAS de outros estados sob a coordenação da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) através de um programa de monitoramento (PROMAC) impulsionado pela RDC nº7 de 2011 (ANVISA), ao INCQS coube analisadar 16 amostras e a faixa de contaminação encontrada foi de 0,82 a 11,97µg/Kg com média de 3,0µg/Kg. Em 2018, a participação no PROMAC foi com 8 amostras com 100% das amostras contaminadas na faixa de 2,29 a 6,47µg/Kg com média igual a 3,75µg/Kg. O trabalho buscou avaliar através destes resultados, se houve impactos positivos nas concentrações de OTA neste produto, uma vez que muito foi estudado e os conhecimentos aplicados ao longo da cadeia produtiva contudo a conclusão foi que não houve evidências de melhoria em relação a contaminação de OTA, pois hoje o número de amostra sem nenhuma contaminação é bem menor e amostras com contaminação acima de 5µg/kg tem aumentado significativamente.
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