26/11/2019 - 16:30 - 18:00
CC4 - Vigilância Sanitária de Medicamentos e Sangue |
32254 - EFICÁCIA TERAPÊUTICA DO MEDICAMENTO GINKGO BILOBA: REVISÃO SISTEMÁTICA E DISCUSSÃO DE BULA PADRÃO
MARCUS VINICIUS ROMANO ATHILA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UEC), ELIZABETH VALVERDE MACEDO - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF), LUCIENE DE OLIVEIRA MORAIS - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF)
Durante muito tempo, as plantas medicinais corresponderam a uma das estratégias terapêuticas mais antigas utilizadas pelo homem para o tratamento dos mais diferentes tipos de enfermidades. O uso de plantas medicinais e de medicamentos fitoterápicos fazem parte da prática da medicina popular. Uma das espécies vegetais muito utilizadas é a Ginkgo biloba. Tradicionalmente, o extrato de Ginkgo biloba (EGb) tem sido utilizado para a prevenção e tratamento de problemas de memória, demência, doença de Alzheimer, arteriosclerose, vertigens e dor de cabeça. A indicação do uso terapêutico do EGb de aumentar a concentração, melhorar a memória e aliviar sintomas de demência está afirmado pelo laboratórios farmacêuticos através da sua bula. No entanto, os benefícios à saúde humana, em particular sobre a memória, não foram totalmente estabelecidos. Neste sentido, diante deste cenário, busca-se evidência científica de alto nível para a tomada de decisões na prática médica e para o estabelecimento de políticas e recomendações na área de Saúde Pública, sendo a Revisão Sistemática (RS) uma ferramenta poderosa diante da avaliação crítica das evidências e a aplicação dos resultados obtidos em benefício de toda a sociedade. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi Verificar a eficácia terapêutica do medicamento Ginkgo biloba a partir de uma revisão sistemática da literatura confrontando os resultados encontrados com as informações presentes na bula padrão da Anvisa. Dos15 artigos primários que fizeram parte desta RS, somente 4 verificaram benefícios muito pequenos no tratamento com EGb761 para demência por Doença de Alzheimer. Quanto ao uso da G. Biloba para comprometimento cognitivo da memória, dos 15 artigos incluídos nesta RS, somente 1 apresentou resultado satisfatório. A partir da análise desses resultados pode-se verificar que, não há evidências promissoras da melhora do quadro de demência de qualquer tipo (leve, moderada a grave) associada a Doença de Alzheimer ou a Doença Vascular, deficiência da memória, distúrbios cognitivos para demência por doença de Alzheimer, pelo uso do Gb. Considerando a ausência de informações robustas provenientes desses estudos, caberia à Anvisa adotar o princípio da precaução, solicitando aos detentores de registro que procedessem a modificação da indicação terapêutica nas suas bulas, com base nos dados levantados por esta RS, até que se comprovasse, com estudos clínicos apropriados, a real indicação farmacológica do EGb.
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