26/11/2019 - 14:00 - 16:00 CC5 - Vigilância Sanitária e Segurança do Paciente |
32297 - O IMPACTO DA MEDIDA RESTRITIVA PARA COMERCIALIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS EM INDICADORES DE INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE JOSIANE MOREIRA DA COSTA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, JÉSSICA SOARES MALTA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, DENISE APARECIDA DE SOUZA - HOSPITAL RISOLETA TOLENTINO NEVES, PAULA LANA DE MIRANDA DRUMMOND - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, ANDRÉIA QUEIROZ RIBEIRO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, CRISTIANE APARECIDA MENEZES DE PÁDUA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) têm sido de grande preocupação na saúde pública, devido à alta incidência e letalidade. Com a microbiologia clínica é possível obter resultados de cultura em menor intervalo de tempo, contribuindo para identificação e controle de IRAS. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo descrever o impacto da medida restritiva para comercialização de antimicrobianos em indicadores de gestão sobre a resistência microbiana. Trata-se de um estudo transversal, realizado em um hospital geral de ensino de Minas Gerais, a partir de resultados de cultura automatizada. Utilizaram-se exames de hemocultura no período de 05/2010 a 10/2010 (primeiro período) e no período 02/2011 a 07/2011 (segundo período), anteriores e posteriores à implantação da medida restritiva para comercialização de antimicrobianos no Brasil. O estudo conta com aprovação de comitê de ética em pesquisa, recebendo o parecer 176/2012. Os dados foram obtidos por meio de consulta aos resultados de cultura e prontuários eletrônicos, posteriormente foram calculadas taxas de incidência de infecção e de resistência microbiana. Foram inseridos 413 e 410 pacientes no primeiro e segundo período, respectivamente. Observou-se redução da taxa de incidência de resistência de 0,75 para 0,62 (por 100 pessoas-dia) do primeiro para o segundo período do estudo. Houve maior frequência de infecções de Staphylococcus sp. em ambos os períodos, com diminuição das frequências, de 70,37% para 62,50%. O Staphylococcus sp. apresentou maior frequência de resistência, representando 61,90% dos microrganismos resistentes isolados no primeiro período e 48,86% no segundo período. Alguns microorganismos apresentaram aumento da frequência de isolamento do primeiro para o segundo período, tais como Acinetobacter sp. (4,63 para 8,82%), assim como apresentaram aumento na frequência de resistência microbiana (9,52 para 21,59%). Outros microorganismos tais como Achromobacter sp., Salmonella sp. e Alcaligenes sp. não foram isolados no segundo período. O estudo indica que a medida restritiva para comercialização de antimicrobianos pode ter gerado impacto na ocorrência de IRAS na assistência terciária à saúde, assim como nas complexidades, variedades de microorganismos e resistência deles, o que pode refletir em melhoria assistencial e maior segurança ao paciente.
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