27/11/2019 - 14:00 - 16:00
CC6 - Serviços de Interesse da Saúde, Saúde de Trabalhadores e Ambientes |
29270 - QUALIDADE DO AR INTERIOR EM ESCOLAS NA REGIÃO DE SANTARÉM, OESTE DO PARÁ, AMAZÔNIA: IMPLICAÇÕES PARA SAÚDE DE ESCOLARES
MARINA SMIDT CELERE MESCHEDE - UFOPA, JOSINEI FERREIRA LOPES - UFOPA
A relação entre qualidade do ar e saúde vem sendo estudada a partir de pesquisas epidemiológicas e toxicológicas desenvolvidas ao redor do mundo, essa atenção deve-se ao fato da exposição ao Material Particulado Atmosférico (MPA) inalável determinar quadros importantes de morbidade e mortalidade em populações. O objetivo deste estudo foi verificar a exposição de crianças ao MPA inalável a partir da determinação da concentração mássica de suas frações (grossa e fina) e da sua composição química inorgânica. Amostras de MPA foram coletadas em duas escolas na Amazônia, sendo uma localizada na cidade de Santarém e a outra no município rural de Mojuí dos Campos, durante as estações seca e chuvosa nos últimos dois anos. Os métodos analíticos incluíram analise gravimétrica, avaliação de íons solúveis por Cromatografia Iônica (CI) e de elementos traço através de um Espectrômetro de Massa por Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-MS). Nas escolas, a concentração mássica média diária foi maior durante a estação seca (valores entre 55,28 a 76,30 µg/m3 para partículas grossas e de 8,10 a 20,84 µg/m3 para partículas finas), quando comparada com a estação chuvosa (valores entre 26,08 a 31,9 µg/m3 para partículas grossas e 0,11 a 2,05 µg/m3 para partículas finas). Análises químicas evidenciaram baixas concentrações de compostos solúveis (menores que 0,54 mg/m3) com a predominância de Cl-, NO3-, Ca2+ e Na+ nas frações do MPA. A análise por ICP-MS mostrou que os compostos de maior abundancia nas partículas grossas foram elementos terrígenos como Ca, Na, Mg, Al e Fe, indicando que a ressuspensão de poeiras de ruas não afastadas nas proximidades das escolas poderá ser um fator contribuinte. Na fração finas houve a predominância de SO₄²⁻, NH4+ e as concentrações de K se mostraram até duas vezes superiores na escola rural de Mojuí dos Campos. A presença de K na fração fina na escola de Mojuí dos Campos poderá indicar a influência da queima da biomassa florestal. Conclui-se que as crianças estão expostas a uma maior concentração de poluentes atmosféricos durante a estação seca, predominantemente às partículas grossas, com abundância de compostos químicos que se relacionam a ressuspensão de poeiras do solo e que podem ser associadas a implicações respiratórias menos graves, como aquelas de vias aéreas superiores.
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