27/11/2019 - 14:00 - 16:00
CC6 - Serviços de Interesse da Saúde, Saúde de Trabalhadores e Ambientes |
31823 - INVESTIGAÇÃO DE ANTICORPOS ANTI-LEPTOSPIRA SPP. EM CÃES E PESSOAS QUE VIVEM EM SITUAÇÃO DE ACUMULAÇÃO NA CIDADE DE CURITIBA-PR.
GRAZIELA RIBEIRO DA CUNHA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, MAYSA PELLIZZARO - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, SUZANA MARIA ROCHA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, ANA CAROLINA YAMAKAWA - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA / BOTUCATU, EVELYN CRISTINE DA SILVA - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA / BOTUCATU, CARLA CRISTINE DA SILVA RAMOS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, HÉLIO LANGONI - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA / BOTUCATU, CLAUDIA CRISTINA BROSITTI TERZIAN - PREFEITURA DE CURITIBA, VIVIEN MIDORI MORIKAWA - PREFEITURA DE CURITIBA E UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, ALEXANDER WELKER BIONDO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
O transtorno de acumulação compulsiva é caracterizado por uma dificuldade notável de descartar e se desfazer de objetos ou animais domésticos, o que acarreta no acúmulo dos mesmos e pode propiciar um ambiente insalubre e susceptível à disseminação de zoonoses e doenças infectocontagiosas. Tendo isso em vista, o objetivo desse trabalho foi avaliar a soroprevalência de anticorpos anti-Leptospira spp em cães e pessoas que vivem em situação de acumulação de animais em Curitiba/PR. Os casos de acumulação de animais identificados na cidade foram visitados e foram coletadas amostras de sangue dos cães e das pessoas presentes no domicílio. As amostras foram encaminhadas ao Núcleo de Pesquisa em Zoonoses, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu/SP para realização dos testes sorológicos. Para identificação de anticorpos anti-Leptospira spp foi utilizada a técnica de soro aglutinação microscópica (SAM), sendo as amostras testadas para uma bateria de 31 sorovares de importância regional. As amostras positivas foram tituladas, sendo consideradas positivas aquelas com títulos ≥ 100 (diluição inicial 1:100). De um total de 65 casos de acumulação de animais identificados previamente na cidade, foi possível coletar amostra de sangue dos cães em 21 casos totalizando 264 cães, sendo 154/264 (58,30%) fêmeas e 110/264 (41,70%) machos, o que resultou em uma média de 12,52 animais avaliados por caso, variando de 2 a 19 amostras por caso. No total, 16/264 (6,06%) amostras de cães foram sororreagentes para Leptospira spp. O sorovar mais frequente no nosso estudo foi o sorovar Copenhageni [10/16 (62,5%); (titulação 100, 200, 400)], seguido pelos sorovares Pyrogenes [2/16 (12,5%) (titulação 100, 200)] e Pomona [1/16 (6,25%) (titulação 100)]. Foi possível coletar amostra de sangue das pessoas em 11 casos, totalizando 19 pessoas amostradas, das quais 13/19 (68,42%) eram mulheres e 6/19 (31,58%) homens, e nenhuma delas foi sororreagente para Leptospira spp. Apesar de baixa, a frequência de animais reagentes para Leptospira spp. encontrada demonstra que esses cães entraram em contato com a bactéria em algum momento de suas vidas, alertando para uma possível contaminação ambiental, o que pode representar riscos de infecção para as pessoas que frequentemente compartilham com os animais o mesmo ambiente, água e alimentos potencialmente contaminados. Nesse sentido, ressalta-se a importância da vigilância contínua de zoonoses nas situações de acumulação.
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