29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC32g - Violência física, psicológica e sexual ao longo da vida |
24076 - O SIGNIFICADO DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NA PERSPECTIVA DE PRIMÍPARAS VITTÓRIA BRAZ DE OLIVEIRA ALVES - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DE GOIÁS, MAYARA GUIMARÃES SANTOS - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CALDAS NOVAS, MARCELO MEDEIROS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, MARY LOPES REIS - INSTITUTO FEDERAL GOIANO-IFG, FLAVIANA VIEIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, JANAÍNA VALADARES GUIMARÃES - UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
Apresentação/Introdução Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), muitas mulheres sofrem maus-tratos, abusos e desrespeito durante o parto nas instituições de saúde. O tratamento desrespeitoso e abusivo muitas vezes acontece durante o parto, por parte de trabalhadores de saúde, fato que constitui uma violação dos direitos das mulheres a uma vida e gestação dignas.
Objetivos Nesse sentido, com vistas a oferecer contribuições para o debate sobre a violência obstétrica em todas as etapas do cuidado, pré-natal, parto e pós-parto, este estudo tem como objetivo analisar os significados atribuídos por puérperas acerca da violência obstétrica.
Metodologia Pesquisa social do tipo estratégica com abordagem qualitativa. Foram entrevistadas 14 puérperas primíparas de dois Distritos Sanitários de Saúde do município de Goiânia, Goiás, no período de agosto de 2015 a janeiro de 2016, cujas falas transcritas foram analisadas pelo Método de Análise de Conteúdo de Bardin. Emergiu uma categoria temática principal denominada "experiência da violência obstétrica no pré-natal, parto e pós-parto" e os "sentimentos da experiência". O estudo em questão foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (protocolo 1.641.217/2016).
Resultados Ao relatarem suas experiências, as mulheres descrevem situações de violência sofridas no decorrer da assistência ao ciclo gravídico-puerperal. Relatam sentimentos como medo e raiva, consequências do trauma vivenciado pela assistência desumanizada. Os resultados demonstraram ainda que a maioria das mulheres não têm clareza ou não identificam o que é violência obstétrica, ou onde e quando acontecem situações que caracterizam esse tipo de violência. Entretanto, relatam situações que vivenciaram no momento do pré-natal, parto e pós-parto imediato que se relacionam intimamente com aspectos da violência obstétrica.
Conclusões/Considerações Destaca-se com este estudo que o incentivo ao empoderamento das mulheres deve ser promovido pela adequada oferta de informações e conhecimento no momento do cuidado prestado, seja na atenção primária, seja nas maternidades. Destacamos ainda que mulheres informadas sobre seu corpo e a respeito de todo o processo assistencial e de parturição vivenciam o parto de uma maneira diferente, ou seja, desenvolvem autonomia.
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