26/07/2018 - 13:10 - 14:40
CO32b - Homicídios |
28554 - MORTES ASSOCIADAS A ARMAS DE FOGO EM CAMPINAS ENTRE OS ANOS DE 2000 E 2015
JOSÉ FERDINANDO RAMOS FERREIRA - UNICAMP
Apresentação/Introdução
A expansão da violência no Brasil dos últimos trinta anos produziu um retrocesso da qualidade de vida e na sociabilidade da população. E, em Campinas/SP acentuou-se drasticamente um caldeirão de violência letal com uso de armas de fogo, sobretudo entre o grupo etário jovem. O impacto à área da saúde pode ser visto a partir do atendimento desta causa externa nos distritos de saúde de Campinas.
Objetivos
Mapear homicídios por armas de fogo na cidade de Campinas, o perfil da vítima e a distribuição do seu atendimento nos distritos de saúde da cidade no século XXI.
Metodologia
Realizou-se análise descritiva de mortes por causas externas agrupando dados brutos e percentuais dos homicídios por armas de fogo na cidade de Campinas, entre os anos de 2000 a 2015. Este grupo de causas básicas de óbito está descrito no capítulo XX da 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID 10): X930, X934, X938 X939, X940, X944, X950, X951, X952, X954, X955, X956, X958, X959, Y240, Y241, Y244, Y249, Y350, Y351. A pesquisa partiu de banco de dados disponibilizado pela Secretaria de Saúde do município de Campinas/SP, ao Laboratório de Análise Espacial de Dados Epidemiológicos (epiGeo) da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP.
Resultados
Entre 2000 e 2015, ocorreram 4.965 homicídios em Campinas/SP. Deles, 3.629 (73%) estavam associados a armas de fogo, sendo vítimas 93,6% homens e 6,4% mulheres. Obteve-se idade mediana de 27,8 anos com 56,1% vítimas Brancas, 32,4% Pardas, 10% Pretas, e 0,2% Amarela e Indígena; além de 1% Ignorado e/ou Não Declarado. 9,8% dos mortos estavam na região de Saúde do distrito leste, 20,2% noroeste, 16,1% norte, 24,7% sudoeste, 27,6% sul. De 64 Centros de Saúde, 11 deles (17%) atenderam 1.394 (38,4%) vítimas. De 2000 a 2004 houve 2.232 homicídios por armas de fogo, sofrendo queda abrupta entre 2005 e 2007, com 449 casos e oscilando entre 2008 e 2015 num total de 948 homicídios por armas de fogo.
Conclusões/Considerações
Não é possível afirmar que em Campinas morrem mais pessoas da raça branca do que preta ou parda, pois a maior parte da população se declara de raça/cor branca. Não há registros precisos em 1,4% dos Centros de Saúde, de onde se consta CS Ignorado. Há questões sobre custos diretos à saúde mental dos familiares e consumo de recursos hospitalares. A queda de homicídio por armas de fogo não é fruto exclusivo da adoção de medidas de segurança pública.
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