28/07/2018 - 08:00 - 09:50
COC32f - Violências contra crianças e adolescentes |
22256 - VIOLÊNCIA ENTRE NAMORADOS NA ADOLESCÊNCIA: REVISÃO SISTEMATIZADA
STELLA REGINA TAQUETTE - UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, DENISE LEITE MAIA MONTEIRO - UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Apresentação/Introdução
A violência entre namorados na adolescência (VNA) é de alta prevalência e pode ter consequências graves para a saúde, principalmente no sexo feminino, incluindo sintomas depressivos, ansiedade, isolamento social e até homicídios, além de ser preditor da violência por parceiros íntimos na idade adulta.
Objetivos
O objetivo desta revisão é sistematizar o conhecimento produzido em investigações empíricas recentes no campo da saúde que enfocam causas e consequências da VNA para subsidiar novas pesquisas e programas de prevenção.
Metodologia
Revisão de estudos publicados no Pubmed nos últimos cinco anos através do MeSH Database.: “ Intimate Partner Violence” AND “Adolescent” NOT “prevention and control” NOT “Adult”. Foram disponibilizados 59 artigos. Após a leitura dos resumos, a partir dos critérios de inclusão estabelecidos foram excluídos 13 artigos: 9 por se tratar de estudos com crianças, 4 com adultos. Após a leitura foram excluídos mais 11 artigos: 6 por não serem sobre o tema foco do estudo, 2 por não estarem disponíveis os textos completos, 2 por não serem fruto de pesquisa empírica e 1 por ser publicado no idioma alemão. Portanto, foram analisados no total 35 artigos.
Resultados
Alguns estudos evidenciam prevalência de VNA maior que 50% em ambos os sexos, com consequências mais graves para o sexo feminino. Identificamos três núcleos temáticos principais nos artigos revistos: vulnerabilidades relacionadas à VNA, circularidade da violência e agravos à saúde associados à VNA. Os dados apontam que a VNA tem suas raízes na cultura patriarcal e é mais frequente em conexão com racismo, heterossexismo e pobreza. Ocorre de forma circular, vinculada a outras modalidades de violência em contextos diversos (família, escola, comunidade e mídias sociais). Está associada a agravos à saúde como depressão, ansiedade, uso abusivo de álcool e drogas e sexo sem proteção.
Conclusões/Considerações
O conhecimento produzido nos estudos revisados indica ser urgente e essencial a implementação de ações preventivas precocemente nas escolas, envolvendo as famílias e a comunidade. Essas devem incidir na desconstrução dos atuais padrões culturais de gênero, fundamentada em sua origem histórica, de forma a dar suporte a abordagens pedagógicas emancipatórias e libertadoras.
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