27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC24a - Dona Ivone Lara - Formação e Políticas de Saúde no campo das relações raciais  | 
        
        
		  
					 
          				
						 28886 - A REPRESENTAÇÃO SÓCIO-RACIAL DA FONOAUDIOLOGIA BRASILEIRA: UMA ANÁLISE DAS CAMPANHAS OFICIAIS ENTRE 2011 E 2016 VIVIANE PIRES BATISTA SANTOS - UNCISAL, MARCOS VINICIUS RIBEIRO DE ARAUJO - UFBA
					
  
					Apresentação/Introdução Historicamente a população negra esteve excluída do acesso às Universidades, principalmente na área de saúde, delineando por muito tempo o perfil branco destes profissionais. Na Fonoaudiologia, dados do IBGE de 2013 apontam que 81,4% profissionais eram brancos e 16,2% negras, sendo que a análise da composição racial no Brasil implica em compreender os mecanismos ideológicos que sustentam estas desigualdades raciais.
  
 	Objetivos  Descrever e identificar as características fenotípicas de pessoas expostas nos materiais oficiais de divulgação da Fonoaudiologia, bem como analisar a representação sócio racial, nos últimos 5 anos
  
 	Metodologia Buscou-se imagens de pessoas em materiais de publicidade da profissão, veiculadas em sítios e páginas do facebook dos Conselhos Federal/Regionais de Fonoaudiologia e Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, entre 2011 a 2016. Depois, identificou-se as caracteristicas fenotípicas das imagens, organizando-as em:textura do cabelo, formato do nariz, faixa etária, cor da pele, gênero, relacionando com o fato de serem pacientes ou profissionais. Por fim, os dados foram analisados com base nas categorias teóricas de racismo, teoria do embranquecimento e mito da democracia racial 
  
 	Resultados A síntese dos dados obtidos  apresentaram, fenotipicamente, o perfil de mulher cis, adulta na faixa etária de 20 a 30 anos, pele branca, magra, cabelos lisos, curtos e loiros, lábios finos e nariz comprido e fino. Em um total de 126 pessoas analisadas, 87,3%  possuíam o fenótipo igual ou semelhante ao descrito acima, tanto como profissionais, quanto como usuários, e apenas 16 pessoas negras foram apresentadas, sendo 02 delas como profissionais e as demais como usuárias/pacientes. Observa-se, ainda, uniformidade entre as campanhas nacionais, desconsiderando as diversidades regionais do país, sendo o negro frequentemente visto nas imagens como um único representante de toda uma população plural.
  
 	Conclusões/Considerações Os achados propõem um debate aberto sobre a questão racial no Brasil, chamando atenção para o fato que as sub-representações das pessoas negras em profissões de saúde acabam por reforçar os estereótipos desenhados pelas mediações do chamado racismo ao contrário das representações de pessoas brancas a que atribuem positividade a tudo que se refere a esta população, buscando prestigio e valorização social através veiculação destas imagens.
					 |