28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC24b - José Marmo da Silva: o Racismo e o impacto na vida das pessoas |
25642 - O ACESSO À ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA A PARTIR DA PERCEPÇÃO DE MULHERES MORADORAS DE UMA COMUNIDADE QUILOMBOLA URBANA NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE/RS FABIANA APARECIDA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - PROGRAMA PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA/IMESF-SMS PORTO ALEGRE/RS, DANIEL CANAVESE DE OLIVEIRA - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA - UFRGS, FERNANDA SOUZA DE BAIRROS - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA - UFRGS
Apresentação/Introdução Discutir acesso à saúde remete a análise e entendimento dos diversos conceitos que sustentam este direito constitucionalmente garantido. No que tange a efetivação do acesso à saúde da população negra, em especial às comunidades quilombolas, torna-se essencial considerar as diversidades sócio, histórico e culturais que se revelam intrinsecamente determinantes das condições de saúde desta população.
Objetivos O objetivo central foi avaliar as percepções de mulheres de uma comunidade quilombola em relação ao acesso à saúde. O objetivo específico foi identificar fatores que facilitam ou dificultam o acesso à Unidade de Saúde da Família.
Metodologia A pesquisa de campo ocorreu no período de julho a setembro de 2017 na Comunidade Quilombola Urbana Quilombo dos Alpes, localizada área de abrangência territorial sob responsabilidade sanitária da Unidade de Saúde da Família Estrada dos Alpes, no município de Porto Alegre/RS. Foram entrevistadas dez mulheres, de acordo com o critério de inclusão definido: ser moradora da Comunidade Quilombola com idade igual ou superior a 18 anos de idade. O tratamento e análise do material produzido pelas entrevistas foi submetido ao método de análise de conteúdo, fundamentado na identificação de elementos pertinentes, gerando as categorias, inter-relacionadas: racismo, práticas de saúde e cultura.
Resultados Aspectos que conduzem a relação entre usuárias e serviço de saúde da família demonstraram que, apesar de transformações nos modelos de atenção à saúde, configura-se ainda um acesso à saúde centrado no modelo biomédico. O racismo institucional revelou-se como elemento determinante para a não efetivação do acesso, demonstrando sua presença entranhada nas relações sociais, de trabalho e de cuidado, interferindo negativamente nos processos de vinculação e acesso efetivo ao serviço de saúde. A cultura negra e sua herança evidenciou práticas de cuidado à saúde inerentes a uma comunidade tradicional com forte vínculo com um ambiente que oferece terapias através de ervas medicinais.
Conclusões/Considerações A efetivação do acesso à saúde de acordo com as especificidades da população quilombola remete a transformações e adaptações do modelo de atenção institucionalmente constituído. O (re)conhecimento e reflexão sobre a história, modos de viver e práticas de saúde vivenciadas pelas mulheres destaca a necessidade de (re)significar os modos de atuar e produzir ações, potencializando o vínculo e o cuidado de acordo com as especificidades locais.
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