28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC24b - José Marmo da Silva: o Racismo e o impacto na vida das pessoas  | 
        
        
		  
					 
          				
						 28019 - SAÚDE DAS MULHERES NEGRAS: A INTERSECCIONALIDADE ENTRE RAÇA, GÊNERO E CLASSE NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO ANA GISELLE DOS SANTOS GADELHA - ENSP, ALANA BORGES DE OLIVEIRA - ENSP, SAMARA MILENE DA SILVA - ENSP, SAVILLE MARIA COUTINHO BORGES DE ALMEIDA - ENSP, THAMIRES MONTEIRO DE MEDEIROS - ENSP, VANESSA DEL CASTILLO SILVA COUTO - ENSP, PAULO ROBERTO DE ABREU BRUNO - ENSP
					
  
					Apresentação/Introdução Considerando o racismo estrutural brasileiro, as expressivas desigualdades raciais vividas pelas mulheres negras e como estas se traduzem no processo saúde-adoecimento, além da escassez de trabalhos sobre a saúde da população negra,desenvolvemos uma pesquisa etnográfica sobre a saúde das mulheres negras a partir da vivência de uma equipe multiprofissional de residentes em saúde da família.
  
 	Objetivos O objetivo geral deste estudo foi analisar a interseccionalidade entre gênero, raça e classe no cotidiano de Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Município do Rio de Janeiro (MRJ), uma no bairro do Complexo do Alemão e uma no bairro de Manguinhos.
  
 	Metodologia Realizou-se um estudo etnográfico por meio do uso de observação participante e diário de campo como ferramenta. A análise foi baseada na análise de conteúdo gerando três eixos principais, Racismo e Saúde, Determinação Social da Saúde e Estratégia de Saúde da Família (ESF), e 14 categorias, Práticas, Modelo de Gestão, Processos de Trabalho, Violência, Território, Classe, Determinação Social da Saúde, Conjuntura e Crise na Saúde, Saúde das Mulheres Negras, População Negra, Nosso Processo, Racismo Institucional, Nosso Processo na Escolha do Tema e Percepções sobre o tema no serviço. Os conteúdos categorizados foram explorados nos capítulos de análise.
  
 	Resultados Discutiu-se o racismo institucional na ESF, o racismo no processo de Determinação Social da Saúde, os entraves para execução da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra na ESF e o panorama da ESF no MRJ.  Discutiu-se o discurso culpabilizador dirigido às mulheres negras, as políticas públicas voltadas a saúde da mulher no Brasil, a atenção à saúde da mulher na AB dando ênfase às ações voltadas para a saúde reprodutiva. Apontou-se a falta de equidade no acesso e na assistência ao pré-natal e parto. Discutiu-se ainda o racismo sofrido pelas mulheres negras profissionais, as violências que atingem as mulheres negras e suas resistências.
  
 	Conclusões/Considerações Conclui-se que há pouco debate sobre as questões raciais não só na ESF como no campo da saúde, que a maioria das políticas utilizadas durante o estudo não apresentam recorte sobre raça, gênero e classe, nem sobre suas intersecções; que o mito da democracia racial está estruturado na sociedade e tem reflexo nas práticas da ESF; e que o racismo se expressa de diversas formas no cotidiano da ESF por meio de ações, discursos e práticas subjetivas.
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