28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC24b - José Marmo da Silva: o Racismo e o impacto na vida das pessoas  | 
        
        
		  
					 
          				
						 29099 - ESPECIFICIDADES DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER NUMA FAVELA DO RIO DE JANEIRO JOANA CARVALHO RIBEIRO DE JESUS - UFRB
					
  
					Apresentação/Introdução Este trabalho apresenta uma parte dos resultados de uma pesquisa acerca da violência doméstica contra a mulher (VCMD), na qual foram entrevistas agentes comunitárias de saúde de uma favela do Rio de Janeiro. A favela, um lugar de moradia dos trabalhadores negros, é palco das contradições oriundas das desigualdades raciais, elemento central nas vivências de violência doméstica deste território.
 
 
  
 	Objetivos Conhecer as vivências de agentes comunitárias de saúde (ACS) relacionadas à VDCM. Analisar especificidades da vivência da violência doméstica numa favela. Discutir o racismo como elemento na vivência de violência doméstica contra a mulher na favela.
 
 
  
 	Metodologia Foi realizada uma pesquisa qualitativa empírica, através de trabalho de campo, no qual foram realizadas entrevistas coletivas com agentes comunitárias de uma equipe de saúde, tendo como tema disparador a vivência de violência doméstica contra a mulher naquele território. A pesquisa foi desenvolvida num centro de saúde de atenção primária no Rio de Janeiro. As entrevistas foram gravadas, transcritas e posteriormente analisadas através da análise temática proposta por Reissman. A análise produziu três bolos temáticos, sendo apresentado neste trabalho apenas um dele: O território favela e suas especificidades, o qual foi subdivido em dois subtemas: “A polícia e a UPP” e “Os meninos do tráfico”.
  
 	Resultados Nas entrevistas com as ACS, uma parte importante das falas se refere a relação com a polícia e com o tráfico delimitando as possibilidades de encaminhamentos para os casos de violência doméstica relatados. Há relatos de como o conflito entre tráfico e polícia impede que as mulheres em situação de violência acionem a polícia. Em outros momentos, quando a polícia foi acionada, não compareceu ao território. A presença da Unidade de Polícia Pacificadora, processo de ocupação militar da favela, não se reflete numa qualificação da atuação da polícia para proteção destas mulheres. Por fim, muitas situações de violência são atravessadas pelas relações de poder dos traficantes no território.
 
  
 	Conclusões/Considerações A favela se constitui no processo de urbanização do Rio de Janeiro como espaço de fuga dos trabalhadores negros, ex-escravos, removidos violentamente do centro da cidade para sua modernização. A relação com o Estado se caracteriza pela negação da cidadania à favela e seus moradores. Embora a questão racial não apareça de maneira explícita nas falas, o racismo é presente na relação do Estado com a favela, e a UPP atualiza esse modelo perverso.
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