29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC24c - Gilberto dos Santos, atenção integral às Pessoas com Doença Falciforme |
23689 - PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO, AVALIAÇÃO DA FADIGA E SEU IMPACTO NA VIDA DIÁRIA DE ADULTOS COM DOENÇA FALCIFORME HEROS AURELIANO ANTUNES DA SILVA MAIA - UEFS, MATEUS ANDRADE ALVAIA - UEFS, ALANA DE MEDEIROS NELLI - UEFS, JAYANNE MOREIRA CARNEIRO - UEFS, BRUNA MATOS SANTOS - UEFS, MICHELE DOS SANTOS LIMA - UEFS, ANNA PALOMA MARTINS ROCHA RIBEIRO - UEFS, EVANILDA SOUZA DE SANTANA CARVALHO - UEFS, ALINE SILVA GOMES XAVIER - UEFS, JOSÉ DE BESSA JÚNIOR - UEFS
Apresentação/Introdução A doença falciforme (DF) é um distúrbio genético comum em indivíduos afrodescendentes, que representam mais de 50% da população brasileira. A hipoxemia e inflamação presentes na fisiopatologia da DF culminam em fadiga. Esta é entendida como sensação física desagradável, com prejuízo cognitivo e emocional, que não é aliviada por estratégias usuais de restauração de energia.
Objetivos Descrever o perfil clínico-epidemiológico, avaliar a prevalência de fadiga e seu impacto na vida diária de adultos com DF.
Metodologia Estudo transversal quantitativo realizado no Centro de Referência a Pessoa com Doença Falciforme em uma cidade de grande porte no interior da Bahia. A amostra foi composta por adultos com idade ≥18 anos. Os dados foram coletados através de questionário sóciodemográfico e clínico, Escala Numérica de Fadiga (VHS), Escala de Fadiga de Dutch (DFS) e Pictograma da Fadiga (PF). A análise dos dados se deu por estatística descritiva. Este estudo está vinculado ao projeto “Representações sobre o corpo e a doença falciforme; repercussões sobre vida cotidiana, o cuidado e sexualidade”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Feira de Santana sob parecer Nº 5269/2013.
Resultados Fizeram parte do estudo 34 indivíduos, com idade média de 33,73 anos. Houve predomínio do sexo feminino, cor parda, baixa escolaridade, solteiros e renda familiar mensal <1 salário mínimo. Quanto à DF, 58,82% eram do tipo SS, 26,47% usavam hidroxiureia. Quanto às complicações, 71,52% tiveram crises álgicas, 52,94% síndrome torácica aguda, 41,17% colecistite e 35,92% retinopatia. A VHS identificou fadiga em 64,71% e a DFC em 91,18% dos participantes. No PF, 61,76% tinham fadiga moderada a extrema e em 55,88% a fadiga tinha impacto moderado a extremo nas atividades da vida diária. Não houve associação estatística significativa entre nenhuma variável sociodemográfica/clínica e de fadiga.
Conclusões/Considerações O perfil clínico-epidemiológico encontrado é concordante com outros estudos nacionais. A diferença entre as prevalências de fadiga obtidas pelas escalas VHS e DFS aponta a carência de métodos mais confiáveis de mensuração deste sintoma subjetivo e multidimensional. Não obstante, a fadiga é intensa e impacta negativamente na qualidade de vida destas pessoas. Há necessidade de valorizar este sintoma e buscar estratégias de enfrentamento eficazes.
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