29/07/2018 - 08:00 - 09:50
COC24c - Gilberto dos Santos, atenção integral às Pessoas com Doença Falciforme |
27727 - ANEMIA FALCIFORME E RACISMO EM SAÚDE EM COMUNIDADES REMANESCENTES QUILOMBOLAS
LUCLÉCIA CRISTINA MORAIS DA SILVA - IFAM, MIRELY FERREIRA DOS SANTOS - IFAM, DIEGO CÉSAR NUNES DA SILVA - UNIVASF
Apresentação/Introdução
Comunidades remanescentes quilombolas, localizadas no Sertão do São Francisco-Pernambuco, apresentam-se destituídas de direitos básicos, como o de equidade em saúde. A implementação da PNSPN no município de Orocó/PE tem o desafio de dirimir o racismo institucional vivenciado por uma população aproximada de 600 famílias remanescentes quilombolas, a comunidade Águas do Velho Chico.
Objetivos
A pesquisa se propôs a realizar um diagnóstico participativo na comunidade quilombola, visando identificar os casos de anemia falciforme e quais tratamentos eram realizados no município, bem como contribuir na disseminação de informações em saúde.
Metodologia
A pesquisa privilegiou uma abordagem qualitativa e quantitativa, realizou-se entre 2014 e 2015, a partir de observações em campo e entrevistas semiabertas sobre a temática da saúde, com ênfase na anemia falciforme. Foram coletadas informações junto aos agentes comunitários de saúde e em núcleos familiares indicados por estes. Bem como realizadas rodas de conversas e seminários sobre o tema.
Resultados
Foram realizadas 38 entrevistas em diferentes núcleos familiares, sendo encontradas várias pessoas com traço falciforme e cinco pessoas já diagnosticadas com AF. Foi possível observar que há uma grande carência de informações em saúde, inclusive por alguns profissionais do SUS e, grande dificuldade em dar continuidade aos tratamentos em virtude da falta de apoio municipal. Nas rodas de conversas foi explicada a transmissão do traço falciforme entre a rede de casamentos intrafamiliares. Em parceria com docente da UNIVASF foram realizados seminários sobre diagnostico, tratamento e prevenção das morbidades decorrentes da anemia falciforme, contribuindo na promoção de informações em saúde.
Conclusões/Considerações
A partir da pesquisa na comunidade quilombola foi possível verificar a deficiente implementação da PNSPN, onde muitos protocolos do SUS, referentes à anemia falciforme, não estão sendo cumpridos. Tais dificuldades perpassam pelo racismo institucional que traz consigo a negação da cidadania plena, ocasionando maior vulnerabilidade aos portadores da anemia falciforme e reproduzindo as injustiças sociais que tornam as políticas públicas ineficazes.
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