27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC4a - Aspectos teórico conceituais e metodológicos da saúde coletiva - comunicações curtas - I  | 
        
        
		  
					 
          				
						 25096 - O DILEMA PRODUTIVISTA: OU NOS REINVENTAMOS, OU PERECEREMOS ANDRÉ LUIS DE OLIVEIRA MENDONÇA - UERJ
					
  
					Apresentação/Introdução Concebida como um campo científico autônomo, diverso e interdisciplinar, a saúde coletiva vem passando por profundas transformações, devido à exacerbação do processo de produção de conhecimento sob organização taylorista. Se não resistirmos mais fortemente, corremos o risco de perder nossa marca crucial; qual seja: ser um campo de saberes e práticas em aliança com um movimento político.
  
 	Objetivos O objetivo precípuo consiste em repensar saídas para as distorções (e.g.: fragmentação das subáreas e linhas de pesquisa) e os 'efeitos colaterais' (e.g.: sofrimento psíquico de docentes e discentes) decorrentes do dilema produtivista.
  
 	Metodologia Para essa comunicação, pretende-se recorrer a uma revisão de literatura sobre o assunto, revisitando trabalhos “clássicos” como ‘Prometeu acorrentado’ de Madel Luz e dialogando com textos de perspectiva crítica mais recentes (por exemplo: ‘Avaliação da produção intelectual e o declínio da interdisciplinaridade na saúde coletiva’, de Nilson do Rosário Costa). Assim, de modo a contribuir com o avanço das discussões, pretende-se estabelecer uma interação profícua com autores importantes do campo que refletiram, ou ainda participam do debate, acerca da temática referente ao produtivismo – mais precisamente: sua atual configuração, consequências indesejáveis e grandes desafios. 
  
 	Resultados Ainda que o produtivismo (fetichismo de artigos científicos) seja um dos principais fatores responsáveis pelos dilemas da saúde coletiva, ele é “apenas” a ponta de um processo mais amplo daquilo que designei alhures de SOMA (Síndrome da Ostensiva Mercantilização Acadêmica). A produção e a circulação de conhecimento – a começar pelo jargão economicista – estão cada vez mais atrelados aos Sistemas Nacionais de Inovação, que, por sua vez, têm relação direta com as políticas econômicas de concorrência entre os países capitalistas; de modo que o conhecimento não é visto mais como um valor visando à emancipação humana, e, sim, como mera mercadoria de “alto valor agregado” a ser comercializada. 
  
 	Conclusões/Considerações Partindo da assunção segundo a qual teremos anos vindouros difíceis em função do provável acirramento da conjuntura política, devemos superar a fragmentação do campo – proveniente em grande parte da tentativa de atender aos ditames da lógica produtivista – com o intuito de buscarmos resgatar a utopia sanitarista de construção do Sistema Único de Saúde (sob ameaça) e retomar o projeto coletivo de criação de uma sociedade mais justa e igualitária.
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