27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC4a - Aspectos teórico conceituais e metodológicos da saúde coletiva - comunicações curtas - I  | 
        
        
		  
					 
          				
						 26650 - ASPECTOS METODOLÓGICOS NA ANÁLISE TRANSVERSAL DAS TAXAS DE EVENTOS RAROS NOS MUNICÍPIOS DE ESTADOS BRASILEIROS FÚLVIO BORGES NEDEL - UFSC, ALBERT NAVARRO - UNIVERSITAT AUTÒNOMA DE CATALUNYA, UAB
					
  
					Apresentação/Introdução Estudos ecológicos são importantes na avaliação de políticas públicas. Mas a análise transversal de eventos raros é dificultada quando a população de origem das taxas ou o número de unidades de análise são pequenos. Esse é o caso de muitos estados brasileiros, com poucos municípios e a maioria deles com pouca população. Apesar da frequência de estudos ecológicos, essa questão é pouco discutida.
  
 	Objetivos Discutir a modelagem de taxas municipais de eventos raros, tomando por exemplo a taxa de internação para cirurgia da próstata com diagnóstico não maligno em maiores de 50 anos residentes em Santa Catarina (SC).
  
 	Metodologia SC tem 293 municípios, metade deles de até 7.485 habitantes e 75% até 16.896 hab. Apenas 41 (14%) municípios têm trinta mil ou mais habitantes. A população de homens maiores de 50 anos varia de 568 a 138.696, com mediana de 2.582 e P75 de 5.199. Construímos um modelo explicativo da variabilidade das taxas da cirurgia nos municípios de SC de 2010-2012 considerando o porte, PIB, presença de hospital, proporção de homens maiores de 75 anos, cobertura de plano de saúde e taxa padronizada de internação por Condição Sensível à Atenção Primária. Foram experimentados modelos de Poisson, regressão binomial negativa e "hurdle" (para tratar separadamente a probabilidade de não ocorrência de casos).
  
 	Resultados A variabilidade das taxas é grande em função do porte populacional, com muitos municípios (67, 22,9%) sem nenhum caso em três anos. Há sobredispersão das taxas, contra-indicando a análise de Poisson. No modelo hurdle a dispersão dos resíduos é maior, com distribuição mais distante da normal que na regressão binomial negativa, modelo que foi preferido. A inclusão de termos de interação não contribuiu para o modelo. Os resíduos e o critério de informação de Akaike (AIC) são grandes, sugerindo que variáveis importantes não entraram no modelo.
  
 	Conclusões/Considerações Em municípios pequenos pequenas mudanças no numerador representam grandes mudanças na taxa de um evento raro. O pequeno número de municípios nos estados obriga a tratar eventos complexos com poucas variáveis. A simples ocorrência de zeros não justifica a escolha de modelos hurdle ou inflacionados de zeros, é preciso assumir que os municípios em que não se observaram casos têm um risco basal da ocorrência do evento distinto dos demais municípios
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