27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC4a - Aspectos teórico conceituais e metodológicos da saúde coletiva - comunicações curtas - I |
27878 - DESAFIOS DA INTERDISCIPLINARIDADE NA PESQUISA EM SAÚDE COLETIVA: A VISÃO DE PESQUISADORES DAS CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS LENY ALVES BOMFIM TRAD - ISC/UFBA, TATIANA ENGEL GERHARDT - PPGCOL/UFRGS, JORGE B. IRIART - ISC/UFBA, DELMA BARROS - ISC/UFBA, NATANAEL VÍTOR SOBRAL - ICI/UFBA
Apresentação/Introdução O espectro da pesquisa em Ciências Sociais e Humanas em Saúde (CSHS) abrange uma tal pluralidade de fenômenos, discursos, saberes e práticas em saúde que requer a aposta nos estudos de fronteira e na construção de espaços que privilegiem a abordagem interdisciplinar. Um investimento que tem se revelado especialmente desafiador no campo da saúde coletiva.
Objetivos Analisar os desafios da prática interdisciplinar na pesquisa de Ciências Sociais e Humanas no âmbito dos programas de pós-graduação em Saúde Coletiva.
Metodologia Adotou-se um desenho quali-quanti que aliou cartografia documental (CV lattes; Cadernos de avaliação da Capes) e análise de narrativas (entrevistas semiestruturadas com docentes de Ciências Sociais e Humanas em Saúde (CSHS) credenciados em programas de Pós-Graduação em Saúde Coletiva no período entre 2004 e 2012). Neste trabalho recortamos dados extraídos dos questionários eletrônicos respondidos por 59 pesquisadores e de entrevistas semiestruturadas com informantes chave (18 pesquisadores), envolvendo lideranças históricas, da etapa de institucionalização e a nova geração abordando articulação com Epidemiologia (EPI) e Política, Planejamento e Gestão (PPG) em grupos e projetos de pesquisa.
Resultados Os dados revelaram que, embora as três áreas (CSHS, EPI e PPG) sejam contempladas transversalmente em diferentes linhas e projetos, a pesquisa interdisciplinar não é realidade em todos os programas, persistindo grandes dificuldades de implementação e institucionalização. Dentre as dificuldades elencadas pelos informantes, destacaram-se: o baixo empenho dos pesquisadores das três áreas que compõem os programas em sair do seu nicho próprio e restrito de saber; esforços incipientes dos próprios programas em promover o trabalho interdisciplinar envolvendo CSHS, EPI e PPG; tendência à especialização de programas de PG da saúde coletiva em função dos critérios vigentes de avaliação pela Capes.
Conclusões/Considerações Os resultados evidenciam a dificuldade em se consolidar a prática interdisciplinar na pesquisa em saúde coletiva, contrariando, assim, os princípios básicos da matriz disciplinar constitutiva do campo. Parece ser que os critérios vigentes de avaliação da produtividade científica têm tornado ainda mais difícil a construção de práticas colaborativas e solidárias e o reconhecimento mútuo entre as três áreas que integram o campo: CSHS, EPI e PPG.
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