27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO6d - Saúde e novas ambiências comunicacionais (pesquisas)  | 
        
        
		  
					 
          				
						 26435 - O MINISTÉRIO DA SAÚDE, AS INSTITUIÇÕES CIENTÍFICAS E A POPULAÇÃO: MODOS DE INTERLOCUÇÃO SOBRE A FEBRE AMARELA ROSEANNE MIRANDA - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ/PIBIC, JOÃO VERANI PROTASIO - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ/PIBIC, MONIQUE SANTOS RIBEIRO - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, INESITA SOARES DE ARAÚJO - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
					
  
					Apresentação/Introdução A febre amarela suscitou dúvidas na população, com ampla circulação de narrativas discrepantes, produzindo intensa demanda de esclarecimentos. Apresentamos aqui os resultados de uma observação sistemática e comparativa da interlocução estabelecida pelo Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz através de suas páginas na rede social Facebook, para atendimento dessa demanda.
  
 	Objetivos Identificar e comparar as principais características da interlocução promovida pelas duas instituições no Facebook, buscando melhor compreensão dos modos de relação das instituições públicas com a população em situação de agravos coletivos da saúde.
  
 	Metodologia O enquadramento teórico-metodológico deste trabalho é pautado pela Produção Social dos Sentidos, que tem como um pressuposto o de que o processo de significação das coisas do mundo e da vida ocorre em situação de interlocução. No período de 15 de Janeiro a 8 de Fevereiro de 2018 monitoramos as páginas do Ministério da Saúde e da Fiocruz no Facebook, observando, colhendo e analisando as publicações, os comentários dos internautas, as respostas oferecidas pelas instituições e os compartilhamentos.  No recorte temporal, foram 29 publicações sobre febre amarela na página do Ministério da Saúde, com 3.283 comentários e 9 publicações na página da Fiocruz, com 1.215 comentários.
  
 	Resultados Os resultados apontam que a cada 10 comentários na página do Ministério da Saúde, 6 apresentam abordagem hostil com críticas à corrupção governamental dentro da epidemia de febre amarela. Em algumas publicações sobre a doença, usuários veem um espaço de fala tendo em vista a rápida resposta do MS e reivindicam por medicamentos em falta no SUS, tendo também como argumento a corrupção. Em publicações semelhantes na página da Fiocruz, os usuários demonstram maior cordialidade e aceitação perante as informações, e consta um maior número de compartilhamentos nas informações igualmente feitas pelo MS, mesmo que a resposta dada pela Instituição não seja clara e detalhada.
  
 	Conclusões/Considerações A desconfiança histórica da população quanto a informações governamentais foi acirrada pelo atual contexto político-econômico, que reduz a credibilidade do MS e colabora para a ineficácia de ações sanitárias no enfrentamento das epidemias e outros agravos da  saúde. A contaminação do campo sanitário pelo campo político não ocorreu no caso da Fiocruz, percebida como a voz da Ciência, merecendo respeito e consideração.
					 |