28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO26d - Analises da implementação do subsistema de saúde indígena  | 
        
        
		  
					 
          				
						 21488 - MEI E PUNU NA COSMOLOGIA DO POVO XIKRÍN DO CATETÉ JOSEANE CARVALHO COSTA - UNIFESSPA, FIOCRUZ, TEREZA MRACAÍPE - UNIFESSPA, KATOP-TI XIKRÍN - UNIFESSPA, EDNA CAROLINA MOYORGA - UNIFESSPA, LUCIVALDO COSTA - UNIFESSPA, MÁRLIA REGINA COELHO-FERREIRA - MPEG, RYCHELLY LIMA DA COSTA - UNIFESSPA, FUNAI
					
  
					Período de Realização O trabalho ocorreu em maio de 2017, durante as atividades do Programa Saberes e fazeres Xikrín
  
 	Objeto da Experiência O objeto da experiência buscou compreender as concepções de saúde e doença na cosmologia Xikrín
  
 	Objetivos Dialogar acerca das concepções de saúde e doença, a partir da cosmologia Xikrín, tendo em conta suas concepções correlatas aos termos mei e punu na sua língua materna.
  
 	Metodologia Tendo em vista os ciclos de vida de homens e mulheres e seus rituais de passagem, foi realizada oficina com as seguintes questões norteadoras: o que é saúde? e O que é doença?  Outras estratégias etnográficas, como registro audiovisual, entrevistas, observações e conversas informais com agentes sociais, foram utilizadas para perceber as dinâmicas territoriais e sócioculturais que impactam na saúde dos Xikrín.
  
 	Resultados Obtivemos como resultado uma compreensão aproximada de saúde e doença, representadas pelos signos mei e punu, a partir de narrativas orais e linguagem visual, onde mei representa o pleno bem estar, enquanto punu, refere-se a tudo que os subtrai do estado mei. Outros resultados foram obtidos pela produção de vídeos que denunciam a poluição do Rio Cateté pelas atividades extrativas da Vale. Outras observações nos permitiram analisar, ainda, as transformações que comprometem sua soberania alimentar
  
 	Análise Crítica O campo semântico mei e punu, produto de ontologias próprias indígenas, correlacionam-se com os conceitos saúde e doença numa perspectiva transversal, refletindo suas dimensões individuais e sociais. Neste contexto, a saúde é mais que uma categoria, ela reflete a cosmologia Xikrín em suas possiblidades de uso da terra, dos rios, dos alimentos e, em última análise, de seu equilíbrio ecológico, sendo estes elementos imprescindíveis para a preservação de sua cultura e de sua saúde.
  
 	Conclusões e/ou Recomendações O uso indevido do território indígena por agentes econômicos, como a Vale, produz intensas transformações nas dinâmicas territoriais e na cosmologia dos Xikrín, afetando suas práticas cotidianas de agricultura, pesca e lazer, gerando doenças e agravos à saúde relacionadas às atividades da mineradora. Os Xikrín lutam na justiça para impedir as ações da Vale, vista como punu, num esforço de restabelecer o estado mei de seu povo e de seu território.
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